sábado, 17 de novembro de 2012

Domingo XXXIII do Tempo Comum, ano B

Tanto a 1ª leitura de hoje como o Evangelho são discursos de género apocalíptico. Esta maneira de escrever e de falar umas vezes refere-se a catástrofes, outras vezes apresenta símbolos que nos podem parecer um pouco estranhos. Mas a mensagem destes textos não é negativa. O objectivo não é meter medo às pessoas. Pelo contrário, a finalidade é dar esperança e fortalecer a fé, até porque são textos que foram escritos em momentos difíceis, normalmente momentos de perseguição, de crise, de sofrimento, épocas em que o povo se interrogava como e quando acabaria o seu sofrimento.

Estes textos quase sempre nos remetem para o fim dos tempos. As catástrofes de que aqui se fala significam que haverá uma decisiva e poderosa intervenção de Deus e que acontecerá a vinda do reino de Deus no fim dos tempos, para além da história humana, isto é, para além deste mundo, inaugurando um mundo novo, já que este mundo está destinado a desaparecer um dia.

Na verdade, “o cenário deste mundo é passageiro”.
O Senhor diz hoje no Evangelho que “o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do céu”… E a verdade é que nenhuma dessas coisas é eterna. Tudo neste mundo físico tem um fim. Tudo tem uma duração limitada e há-de acabar: o sol, a lua, as estrelas, a Terra,… e até a maldade dos homens! Só a bondade e a justiça é que permanecerão eternamente. A 1ª leitura é clara quando diz que nesse tempo haverá angústia mas, para o povo de Deus, vai ser tempo de libertação e salvação: “Será um tempo de angústia, como não terá havido até então, desde que existem nações. Mas, nesse tempo, virá a salvação para o teu povo, para aqueles que estiverem inscritos no livro de Deus.” O Dia do Senhor só pode ser terrível para quem estiver contra o Senhor. Só o pode ser para os criminosos e os perversos. Se, neste mundo, tudo tem fim, até a maldade humana (felizmente), as boas obras, pelo contrário, permanecem eternamente, bem como aqueles que as praticam, como nos garante a leitura ao dizer que “os sábios resplandecerão como a luz do firmamento e os que tiverem ensinado a muitos o caminho da justiça brilharão como estrelas por toda a eternidade.” Também Jesus no Evangelho diz que o Filho do Homem “mandará os Anjos, para reunir os seus eleitos dos quatro pontos cardeais”.

Portanto, a mensagem que a 1ª leitura e o Evangelho nos anunciam não é de medo, mas é de esperança: vão acabar a maldade, a injustiça, a crise, a perseguição, porque já está a surgir um reino de justiça e de paz, o Reino de Deus.

O fim dos tempos, mais do que a destruição da terra, significa a vinda do Reino de Deus o momento histórico da intervenção de Deus em que salvará os que lhe são fiéis.

Por isso, agora compreendemos melhor porque é que os primeiros cristãos desejavam tanto a vinda final de Cristo. Eles clamavam (e nós continuamos a clamar!): Vem, Senhor Jesus!

As palavras do Salmo responsorial que cantámos referem-se claramente a Cristo. Mas nós podemos assumi-las como nossas, e, neste desejo da vinda do reino de Deus, podemos aplica-las a nós mesmos, rezando: Vós não abandonareis a minha alma na mansão dos mortos, nem deixareis o vosso fiel sofrer a corrupção. Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,alegria plena em vossa presença, delícias eternas à vossa direita.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Saudação a Nossa Senhora do Mont'Alto 2012

Senhora do Mont’Alto, nossa Mãe!
Uma vez mais, aqui estamos aos teus pés, com as nossas velas acesas. Hoje, ao saudar-te, queremos recordar a Fé: tua Fé e a nossa Fé. Nem sempre nos apercebemos disso, mas a Fé é uma das nossas maiores riquezas, talvez a maior. Por isso, nesta noite queremos fazer-te um pedido especial: que a nossa Fé seja fortalecida. Que se torne semelhante à tua própria Fé, ó Mãe, aquela Fé que te levou a dizer “sim” sem ter certezas sobre o que ia acontecer a seguir, que te levou a dizer “sim” mesmo sem entender logo tudo, que te manteve corajosamente junto à Cruz e que te fez exultar de alegria na manhã de Páscoa.
Mãe, as velas que seguramos acesas são as velas do nosso baptismo; representam a vela que foi acesa quando fomos baptizados e que simboliza a nossa Fé. Porque, na verdade, a Fé é tal e qual como uma chama: tal como uma chama, também a fé ilumina, desfaz as trevas à nossa volta e, por isso, ensina-nos a caminhar por onde é caminho seguro e sem tropeçar em obstáculos; por outro lado, a Fé, tal como uma chama, também precisa de ser alimentada! Se a chama não tiver combustível para arder nem oxigénio, começa a definhar e a definhar até que se apaga; assim também a Fé, se for uma fé não-praticante, sem o alimento da oração, da Palavra, dos sacramentos e do Domingo, também começa a definhar e a definhar e pode até mesmo vir a apagar-se. Por isso, Mãe, esta noite, uma vez mais, ensina-nos o que é a Fé e do que é que precisamos para que esta chama não se apague.
Sim, ensina-nos, porque às vezes nem sabemos bem o que é ter Fé. Confundimo-la com outras coisas que não têm nada a ver com a Fé. Ajuda-nos a viver o mistério da Cruz, em vez de vivermos a ilusão de pensar que ter Fé é estar numa redoma de vidro que nos impede de sofrer. Ter Fé não é estar inume ao sofrimento, mas é saber vivê-lo de uma outra maneira. Cristo sofreu, e Tu, Mãe, sofreste com Ele… Por que havíamos nós de ficar zangados com o Pai do Céu se sofremos também? A estrada não é perfeita, por isso ajuda-nos a acordar, a limpar as lágrimas e a lutar como quem tem Fé. Ensina-nos a viver a Cruz não como uma fatalidade, mas como caminho para uma ressureição.
Mãe, às vezes há serpentes venenosas que querem reduzir a nossa fé a peças de museu, a tradições folclóricas, a peças de arte, para que ela deixe ser uma coisa viva que transforma a nossa vida.
Mãe, defende-nos das serpentes venenosas que se infiltraram até nos poderes públicos e nos tentam fazer a lavagem cerebral dizendo que a Fé deve ser uma coisa que tem a ver só com a consciência íntima de cada um e que não deve expressar-se em público.
Mãe, protege os nossos jovens contra os perversos que lhes queimam as consciências juvenis a dizer-lhes que ter fé é hipotecar a nossa liberdade e é deixar de usar a inteligência. Mãe do Céu, até nas nossas escolas essa propaganda asquerosa é promovida! Ali, onde é paga por todos os cidadãos! E paga pelos pais que, com tanto sacrifício, são obrigados a comprar os manuais escolares que alguém decidiu serem aqueles!

Mãe, às vezes não sei se tenho fé ou se tenho apenas religião… Às vezes há religião a mais e Fé a menos! E a prova disso é que a Fé que deixou de ser decisiva nas nossas escolhas do dia-a-dia:
- Dizemos que temos fé, mas o Domingo serve para todos os convívios, passeios e desportos e só não serve, por uma hora que seja, para dedicar a Deus, ao menos na Santa Missa
- Dizemos que temos fé, mas quase ninguém se confessa assiduamente
- Diz-se que se tem fé, mas critica-se a Igreja e a discorda-se de todas as suas leis
- Dizemos que se tem fé, mas há uma pornografia socialmente aceite que toleramos
- Enfim, dizemos que temos fé, mas Deus acaba por passar para segundo lugar nas nossas vidas

Não, Mãe, nós não temos Fé: nós só temos religião!
Olha Mãe, com amor maternal, os jovens que abandonam a Fé dos seus pais. Olha-os com o amor de que tanto precisam. Encontramos tantas pessoas, mas tantas, quer jovens quer menos jovens, que acham que a fé é só para uma determinada idade. Que acham que a fé é o fato da 1ª Comunhão ou da Profissão de Fé, que logo deixou de servir. Tantos acham que viver a Fé é para a idade de catequese e que depois se sentem desobrigados. Como é que é possível, ó Mãe, alguém achar que é normal abandonar a Igreja no final pela adolescência, como se a Fé fosse uma coisa de crianças!? Como é que alguém pode achar lógico deixar a Fé a seguir à Profissão de… Fé!? Decididamente, Mãe, o nosso Deus passou para segundo lugar nas nossas vidas. Segundíssimo lugar. Decididamente, já quase não temos Fé: só temos religião. Os que ainda a têm… Mas, quando Deus tiver o primeiro lugar nas nossas vidas, ai sim, o mundo será melhor!
Mãe, afinal o que é a Fé?
Talvez seja apenas confiar. Confiar em Deus da mesma maneira que uma criança confia no pai e na Mãe. Os que não têm Fé são aqueles que ainda não descobriram que hão-de confiar n’Ele como um bebé se confia totalmente à mãe e aos pais, sabendo que depende deles, mas sem se revoltar nada com isso, pelo contrário.
Nós já sabemos que Deus é Pai. Mas ainda não estamos bem seguros disso. E quanto mais seguros estivermos dessa certeza, talvez seja maior a nossa Fé.
Tu, que és Mãe, ajuda-nos a descobrir o rosto do Pai.

Com o Filho, que trazes ao colo e que é o Caminho a Verdade e a Vida, abençoa as nossas famílias. Abençoa as nossas empresas, pequenas e grandes, e todos os que lutam pelo pão de cada dia. Abençoa as nossas escolas. Abençoa os que nos governam, para que promovam o bem comum. Abençoa aqueles que se dedicam generosamente ao voluntariado. Abençoa os nossos grupos paroquiais e todos os que se dedicam à actividade pastoral, para que a boa notícia que é o teu Filho chegue a todo o lado.
Abençoa, por mais um ano, todos este peregrinos, de perto e de longe. Assim seja.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Onde o Judas perdeu as botas

Eu já estive lá, onde Judas perdeu as botas!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Se tu visses o que eu vi

No nosso café do Poço da Cruz, o anúncio:
"Excursão ao Algarve. Bom programa com excepção do segundo dia"...

domingo, 15 de julho de 2012

Domingo XV do Tempo Comum, ano B

As leituras deste Domingo dizem que aqueles que Deus envia têm que ser livres, para serem credíveis. Nós, os discípulos de Cristo, não podemos estar comprometidos com o poder de ninguém, nem com o favor de ninguém, nem com o dinheiro de ninguém (e até nem sequer com o dinheiro nosso que seja), pois só assim é que somos livres para anunciar o que Deus quer que anunciemos, em vez de anunciarmos o que convém aos interesses humanos.
A 1ª leitura fala-nos da liberdade com que o profeta Amós denunciava as injustiças, que agradavam a certos homens, mas que bradavam aos Céus.
O reino de Israel vivia em grande prosperidade, fruto do desenvolvimento do comércio e da agricultura. Mas o excesso de riqueza embrutece o coração, e esses lucros saíam do suor dos trabalhadores explorados. O rei e os grandes do país viviam em luxo e farras, as mulheres eram devassas, os juízes eram corruptos, e tudo isto sustentado por uma multidão de oprimidos quase escravos. O culto esplendoroso que o rei patrocinava nos santuários era uma hipocrisia, para além de andar misturado com cultos pagãos. Na leitura de hoje, Amós é confrontado por Amasias, sacerdote do santuário de Betel, um dos mais importantes de Israel. Amasias diz a Amós para ir para a terra dele, em vez de andar ali a pregar contra o rei; disse-lhe que fosse para o reino de Judá, no sul, ganhar o seu pão por lá, com as suas profecias. Amós responde-lhe que não está ali, como ele, para ganhar dinheiro, pois tem bem com que se governe sem precisar de estar comprometido com o rei, como acontecia com Amasias. Ao contrário de Amasias, Amós era pastor de profissão, ou, mais propriamente, vaqueiro, para além de cultivar sicómoros. Amós diz “eu não era profeta nem filho de profeta, era pastor de gado e cultivava sicómoros. Foi o Senhor que me tirou da guarda do rebanho e me disse: vai profetizar…”. Ou seja, ele estava lá porque Deus o tinha enviado. Não foi para profeta para ganhar dinheiro, pois tem uma profissão que lhe permite ganhar a vida, está ali para obedecer a Deus e não aos homens. Não está comprometido com o rei e denuncia-o, se for preciso. A Igreja não pode estar comprometida com as jogadas da política, em especial da política partidária. A Igreja tem que ser independente do poder político. A igreja é livre, não é da esquerda nem da direita.
A Palavra de Deus é eficaz se for anunciada por pessoas livres. Por isso, o Senhor, no Evangelho de hoje, envia os seus discípulos com o bordão e sandálias mas sem alforge, nem pão, nem dinheiro nem duas túnicas. Para irem livres, sem compromissos nem interesses humanos. Ontem como hoje, nós somos enviados a pregar o arrependimento dos pecados. Este mundo hipócrita valoriza as pessoas que têm um bom carro e que vestem roupa de marca. Mais do que nunca, valoriza-se a aparência. E, no entanto, o Senhor envia os seus discípulos sem roupa de marca! Porque quem vai a pregar o arrependimento e o perdão dos pecados, não se apoia nas influências sociais, nem naquilo que este mundo considera espectacular.
Hoje, nós somos estes discípulos, enviados a pregar o arrependimento a este mundo, sem estatuto social mas, como o profeta Amós, cheios de liberdade e de generosidade. Assim seja.

sábado, 7 de julho de 2012

Os sempre escusados refrães do Pai Nosso

Há cânticos e refrães que alguém se lembrou de juntar ao Pai Nosso, na Missa, e que, entretanto, se difundiram abundantemente. Estes refrães são uma adição que vem completamente a despropósito e que atrapalha mais do que ajuda. Vejamos porquê:
 
1. Quando o sacerdote convida “rezemos a oração que o Senhor nos ensinou”, espera-se, logicamente, que comecemos a rezar como o texto do Pai Nosso, que foi o que o Senhor nos ensinou, e não outras palavras como “junto ao mar eu ouvi hoje” ou “todo o mundo é um hino de glória”, etc.
 
2. Ao terminar juntos o Pai Nosso, com as palavras “…mas livrai-nos do mal”, o sacerdote pega nessas palavras para continuar “Livrai-nos de todo o mal, Senhor, e dai ao mundo a paz…”. Inserindo aqui um refrão corta-se esta unidade contínua de oração que vem no missal.
 
3. Quando se insere um cântico ou refrão ao Pai Nosso, pode haver um certo desrespeito pelo sacerdote, pois há a tendência de ser alguém do coro a começar a rezar o Pai Nosso, quando esse papel cabe ao Presidente da Celebração.
 
4. Além de tudo isto, cantar nesse momento cria um espaço morto e alonga extraordinariamente a celebração. Ao inserir estes cânticos, talvez com a intenção de “fazer” uma Missa mais “animada”, contribui-se, pelo contrário, para uma celebração desnecessariamente mais longa e enfadonha, isto é, uma “seca” ainda maior.
 
5. Pior ainda do que a adição destes refrães é substituir o texto do Pai Nosso por paráfrases do Pai Nosso!
 
Concluindo, queremos o Pai Nosso puro e autêntico, aquele que “o Senhor nos ensinou”, sem adições que só distraem e enfadam. Temos direito a uma celebração mais simples e verdadeira. É melhor usar esses cânticos noutras partes da Missa. Por exemplo, o “Pai Nosso galego” é um cântico vocacional que entraria bem à comunhão ou apresentação dos dons, mas nunca no Pai Nosso.

As famosas condições para se ser padrinho

Muitas vezes, os sacerdotes vêem-se na obrigação de dizer a alguém que não pode ser padrinho ou madrinha de Baptismo. Nem sempre as pessoas compreendem as razões para essa negação, que encaram como uma simples lei que alguém se lembrou de impor (talvez com o firme propósito de “acabar com a religião”…).
Os padrinhos têm a missão ajudar os pais educar a criança baptizada na fé cristã; porém, ao escolher os padrinhos, os pais nem sempre têm isso em conta, escolhem os padrinhos apenas por razões afectivas, o que acaba por levantar este tipo de complicações e incompreensões. Vejamos o porquê de algumas “leis” que, embora tenham todo o sentido, nem sempre são bem compreendidas:

Casados pela Igreja
Os padrinhos não têm que ser casados (nem entre si nem com outras pessoas), mas se o forem têm que o ser pela Igreja. Não podem ser padrinhos os que forem casados civilmente. Muito menos podem ser padrinhos os que vivem em união de facto, que é uma situação ainda pior. Porquê? Para um verdadeiro cristão só há um tipo de casamento possível, que é pela Igreja.
Na imitação de casamento que é uma união de facto ocorre o pecado de fornicação, pois implica relações sexuais fora de um verdadeiro casamento. Com a agravante de ser um tipo de fornicação permanente, um estado permanente de pecado que, cada vez mais, se torna socialmente aceite sem contestação e que, por isso mesmo, é vivido sem qualquer tipo de arrependimento.
Já o casamento civil é um tipo de casamento que é útil e válido para os não-cristãos (que também precisam de se poderem casar), mas não serve para os cristãos: as pessoas que, podendo casar pela Igreja, o fizeram de outra maneira desprezam a Deus, excluíram-n'O de uma dimensão tão importante da sua vida como o casamento. Quem é cristão casa-se "à cristão"; se for casar-se "à não-cristão" está a transformar-se, na prática, num não-cristão.
E é aqui que entra a questão dos padrinhos, entendidos enquanto testemunhas de fé: se, num momento como o casamento, Deus e a Igreja passam para segundo plano, ou se as pessoas optam por viver num estado permanente de pecado, como é que podem ser exemplo de fé e de vida cristã para uma criança? Entre outras coisas, o exemplo que passarão para a criança baptizada é de que é indiferente casar "segundo a fé" ou de outra maneira qualquer. Mesmo que lhe digam "eu não me casei pela Igreja, mas tu não faças como eu", o exemplo de vida que se assumiu é aquilo que vai falar mais alto.
Para além daqueles que não se casam na Igreja porque não querem, há os que não se casam na Igreja porque não podem, nomeadamente os que já foram (um dos dois ou mesmo ambos) casados pela Igreja com outra pessoa. Nesse caso, ocorre uma situação de adultério (quer apenas se "juntem", quer se casem civilmente), porque continua "de pé" um casamento católico (ou, eventualmente, dois) que, até prova em contrário, é válido e, portanto, indissolúvel até que a morte os separe, casamento que é ofendido por uma nova união com outra pessoa. Ou seja, na prática, quem assim vive está a fazer os actos próprios dos cônjuges com outra pessoa que não aquela com quem estão casado.*
 
O Crisma
Os três sacramentos da iniciação cristã são três: o Baptismo; a Confirmação (ou Crisma); e a Eucaristia. Quem recebeu estes três sacramentos completou a iniciação cristã, está plenamente iniciado na Fé. Normalmente todos recebemos o Baptismo e a Eucaristia, mas, muitas vezes, nem todos fiéis adultos chegaram a receber o Crisma. Portanto, os que não foram crismados não têm a sua iniciação completa… Se não estão plenamente iniciados não faz sentido apadrinharem outra pessoa que se está a iniciar. Actualmente, pelo menos na Diocese de Coimbra, é permitido pedir a dispensa do Crisma, mas essa dispensa só é concedida mediante o compromisso (assinado) de celebrar o Crisma logo que possível.

Maiores de 16 anos
Para algumas coisas que exigem uma certa maturidade há, na Igreja, uma idade mínima (por exemplo, para ser ordenado, para casar...). Dezasseis anos é a idade mínima para casar e também para se ser padrinho: este paralelo com o casamento deve levar-nos a reflectir que ser padrinho não é uma coisa para crianças, mas uma tarefa de responsabilidade e maturidade.
 
* Todas estas irregularidades matrimoniais referidas, para além de impedirem a pessoa de ser padrinho/madrinha (de Baptismo, ou de Crisma), também a impedem de receber a Sagrada Comunhão e os restantes sacramentos, mas por razões ligeiramente diferentes: se no caso do ser padrinho está em causa o testemunho de fé e exemplo de vida cristã a dar à criança baptizada, no caso dos sacramentos está em causa o facto de a pessoa estar em estado de pecado mortal e, portanto, não preparada para receber os sacramentos. Até o sacramento da Confissão estão impedidos de receber, pois a Confissão não é válida se não houver arrependimento e propósito de emenda, e, nestes casos, essas disposições não podem existir, pois a pessoa sairia do confessionário para continuar a viver no mesmo estado de vida.
Também vale a pena referir que estas condições exigidas aos padrinhos não se aplicam aos chamados "padrinhos" de casamento porque, na verdade, no casamento não há padrinhos, mas sim testemunhas.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

sábado, 24 de março de 2012

Domingo IV da Quaresma ano B

«Deus não enviou o Seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.» Se fosse para condenar o mundo, não era preciso Cristo dar-Se ao trabalho de vir ao mundo: poderia condená-lo descansadamente sentado no Seu trono eterno; por isso, se o Filho foi enviado ao mundo, não pode ter sido para outra coisa senão para salvar o mundo.
A 1ª leitura fala-nos do tempo que o povo de Deus esteve exilado na Babilónia, como consequência dos seus pecados. As palavras da leitura mostram como o povo pagou caro por ter multiplicado as suas infidelidades, por ter profanado o templo do Senhor e por ter desprezado os profetas que o Senhor lhes tinha enviado para os advertir dos seus maus caminhos. Foi o seu pecado, a sua negação de Deus que os conduziu ao desterro para a Babilónia. Mas este exílio não foi uma vingança de Deus, mas apenas a consequência do comportamento rebelde de um povo infiel à aliança: «multiplicaram as suas infidelidades, imitando os costumes abomináveis das nações pagãs, e profanaram o templo». Foram eles próprios que se condenaram, porque o primeiro prejudicado com o pecado é o próprio pecador. E não foi por falta de aviso. Não faltaram, e com muita antecedência, os avisos dos profetas a alertar para os riscos de tais atitudes! Mas eles não ligaram a nada disso: como diz a leitura, «escarneciam dos mensageiros de Deus, desprezavam as suas palavras e riam-se dos profetas». É o que acontece hoje! E por isso estamos na situação em que estamos. O povo umas vezes, ignora os profetas, outras vezes despreza-os e não os leva a sério, e às vezes até os maltrata. Porém, o resultado está à vista, pois quando a Palavra do Senhor é ignorada e a lei de Deus é ridicularizada, desprezada ou achincalhada, quando a aliança com Deus é traída, o resultado só pode ser o mal e a destruição! Diz a 1ª leitura: «Enquanto o país não descontou os seus sábados [os sábados que andou a profanar durante tanto tempo], esteve num sábado contínuo, durante todo o tempo da sua desolação, até se completarem setenta anos.» Não será isso que hoje se está a passar no nosso mundo? O povo viveu e continua a viver sem consciência de fé e sem valores humanos, e por isso paga por aquilo em que tem andado a faltar, acumulado e tudo junto!
No Evangelho de hoje, Jesus diz a Nicodemos: «Assim como Moisés ergueu a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto, a fim de que todo o que nele crê tenha a vida eterna». Quando o povo de Deus andava no deserto, o acampamento foi infestado uma praga de serpentes venenosas que mordiam as pessoas e as matavam. Então o Senhor ordenou a Moisés que fizesse uma serpente em bronze (as Testemunhas de Jeová censuram-nos por termos imagens nas igrejas, mas o Senhor ordenou a Moisés que fizesse uma serpente de bronze) e que a fixasse no cimo de um poste; e todo aquele que fosse mordido pelas serpentes venenosas, se olhasse para a serpente de bronze, ficava curado! Esta serpente de bronze erguida no deserto é prefiguração de Cristo que, erguido na cruz, salva todo aquele que olha para Ele com fé. É dEle, só dEle, que vem a salvação. Não tenhamos a vaidade de achar que somos nós que nos salvamos, como se as nossas boas obras fossem um negócio pelo qual pudéssemos comprar a salvação; como se Deus nos ficasse a dever alguma coisa… Deus não deve nada a ninguém, quando nos salva é completamente grátis! E é isso que nos ensina a 2ª leitura de hoje. Muitos dizem: “O que interessa é fazer o bem, ir à Igreja não interessa para nada”: ora, isto não nos salva, porque a salvação é dom de Deus, não é mérito das nossas obras. Se a salvação fosse mérito das obras que fazemos, aí poderíamos gloriar-nos: “Eu fiz! Eu aconteci!...” (e pessoas com esta vaidade não faltam). Porém, S. Paulo deixa hoje bem claro na 2ª leitura que “ninguém se pode gloriar”, porque a salvação é dom de Deus, não vem de nós. Os que dizem “O que interessa é fazer o bem, ir à Igreja não interessa para nada” é porque: ou não acreditam em salvação nenhuma; ou porque têm a ilusão de que se podem salvar a si mesmos (pobres de nós!)… (Além disso, será que fazem assim tanto bem como dizem que é preciso fazer?)
«Deus amou de tal modo o mundo que entregou o Seu Filho unigénito, para que todo o homem que acredita nele não pereça, mas tenha a vida eterna.» A esta oferta de amor, o homem é chamado a dar uma resposta: ou acredita ou não acredita (não há meio termo!). E diz o Senhor que «quem acredita não é condenado, mas quem não acredita já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigénito de Deus» e a causa da condenação é que a luz veio ao mundo mas os homens amaram mais as trevas, porque eram más as suas obras. Este acreditar não é apenas a um simples exercício intelectual. Acreditar não é só a aceitação de uma verdade mas a adesão a uma Pessoa. Acreditar é dar crédito a alguém. Somos chamados e convidados a acreditar não em coisas mas numa pessoa: Cristo. A salvação é um dom que Deus nos oferece. Cabe-nos aceita-la e vive-la ou rejeita-la. E esta escolha é uma escolha que se faz todos os dias. Todos os dias, nos nossos dilemas, somos chamados a dizer que acreditamos em Cristo.
Jesus Cristo, elevado no alto do mastro da cruz para atrair a Ti o nosso olhar, recebe o tributo da nossa gratidão e faz-nos saborear a salvação que nos prometes. Assim seja.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Confessar-se a um padre?

Alguém dizia: “Eu? Ir dizer os meus pecados a um homem como eu? Só se eu fosse burro!”; E um velho pároco respondeu: “De facto, se for dizer os seus pecados a um homem como o Sr., é muito burro, mas se os for dizer a um homem que é padre, aí será bem diferente!”
Muitos são os que têm dificuldade em entender a necessidade da confissão sacramental: “Afinal, se Deus me ouve sempre, basta pedir perdão directamente a Deus, não preciso do padre para nada”, pensam muitas pessoas. No entanto, mesmo que alguns achem que o padre não é preciso para o perdão dos pecados, todos aceitam sem discussão que o padre é preciso para a Eucaristia e que sem padre não há Missa. Porém, se o ministério do padre é indispensável para haver Missa, faz sentido que também o seja para haver o perdão dos pecados! Se precisamos do sacerdote para podermos comungar, é evidente que também precisamos dele para nos serem absolvidos os pecados, porque Aquele instituiu a Eucaristia foi Quem instituiu também o perdão dos pecados. Afinal, os que se confessam “directamente a Deus” quando desejam comungar não vão directamente a Deus!... Quem se confessa “directamente a Deus”, não pede o Pão do Céu “directamente a Deus”...
A atitude de quem pretende ir “directamente a Deus” é desencarnada, vaga, fica a pairar; é subjectiva, porque não tem nenhuma palavra nem gesto concreto que a garanta. Eu não posso salvar-me a mim mesmo nem perdoar-me a mim próprio. Posso dizer “Deus perdoa-me”, mas… como é que eu sei que Ele me perdoa? Que sinal concreto tenho que me dê a certeza desse perdão? O sacramento da confissão é esse sinal concreto, pois os sacramentos são “sinais eficazes da graça”.
Os sacramentos são sinais visíveis de uma realidade invisível, sinais que tornam visível o amor de Deus, sinais eficazes pelos quais Deus Se torna tão próximo de nós e Se entrega tão totalmente que é uma ingratidão sem nome rejeitá-los. Sim, é altamente ofensivo ao amor de Deus dizer “Eu confesso-me directamente a Deus, não preciso do sacramento da confeição para nada”. Era como se, no dia do nosso aniversário, atirássemos com o presente que recebemos à cara no amigo que o ofereceu, dizendo-lhe: “Eu faço anos todos os dias, não preciso de prendas de aniversário para nada!”.
E se o sacerdote for o pior dos pecadores? Tem capacidade de absolver os pecados dos outros, podendo ele ser, eventualmente, muito pior? Ainda bem que sim, porque eu tenho direito a ser perdoado, independentemente de conseguir para isso um padre muito santo ou muito pecador. O perdão de Deus não está dependente da santidade do ministro (embora ela seja desejável!). Sim, o sacerdote pode absolver-me e a absolvição é válida porque não é ele que me perdoa: é Cristo que me perdoa através dele!
Alguém dizia: “Eu? Ir dizer os meus pecados a um homem como eu? Só se eu fosse burro!”; E um velho pároco respondeu: “De facto, se for dizer os seus pecados a um homem como o Sr., é muito burro, mas se os for dizer a um homem que é padre, aí será bem diferente!"*.
Muitos são os que têm dificuldade em entender a necessidade da confissão sacramental: “Afinal, se Deus me ouve sempre, basta pedir perdão directamente a Deus, não preciso do padre para nada”, pensam muitas pessoas. No entanto, mesmo que alguns achem que o padre não é preciso para o perdão dos pecados, todos aceitam sem discussão que o padre é preciso para a Eucaristia e que sem padre não há Missa. Porém, se o ministério do padre é indispensável para haver Missa, faz sentido que também o seja para haver o perdão dos pecados! Se precisamos do sacerdote para podermos comungar, é evidente que também precisamos dele para nos serem absolvidos os pecados, porque Aquele instituiu a Eucaristia foi Quem instituiu também o perdão dos pecados. Afinal, os que se confessam “directamente a Deus” quando desejam comungar não vão directamente a Deus!... Quem se confessa “directamente a Deus”, não pede o Pão do Céu “directamente a Deus”...
A atitude de quem pretende ir “directamente a Deus” é desencarnada, vaga, fica a pairar; é subjectiva, porque não tem nenhuma palavra nem gesto concreto que a garanta. Eu não posso salvar-me a mim mesmo nem perdoar-me a mim próprio. Posso dizer “Deus perdoa-me”, mas… como é que eu sei que Ele me perdoa? Que sinal concreto tenho que me dê a certeza desse perdão? O sacramento da confissão é esse sinal concreto, pois os sacramentos são “sinais eficazes da graça”.
Os sacramentos são sinais visíveis de uma realidade invisível, sinais que tornam visível o amor de Deus, sinais eficazes pelos quais Deus Se torna tão próximo de nós e Se entrega tão totalmente que é uma ingratidão sem nome rejeitá-los. Sim, é altamente ofensivo ao amor de Deus dizer “Eu confesso-me directamente a Deus, não preciso do sacramento da confissão para nada”. Era como se, no dia do nosso aniversário, atirássemos com o presente que recebemos à cara no amigo que o ofereceu, dizendo-lhe: “Eu faço anos todos os dias, não preciso de prendas de aniversário para nada!”.
E se o sacerdote for o pior dos pecadores? Tem capacidade de absolver os pecados dos outros, podendo ele ser, eventualmente, muito pior? Ainda bem que sim, porque eu tenho direito a ser perdoado, independentemente de conseguir para isso um padre muito santo ou muito pecador. O perdão de Deus não está dependente da santidade do ministro (embora ela seja desejável!). Sim, o sacerdote pode absolver-me e a absolvição é válida porque não é ele que me perdoa: é Cristo que me perdoa através dele!

* Em memória do Padre Manuel das Neves Contumélias.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

sábado, 14 de janeiro de 2012

Igreja e maçonaria

Para que não restem dúvidas, digamos desde já que a maçonaria é incompatível com fé cristã. Porquê?
Porque a fé cristã é uma fé num Deus pessoal; a maçonaria, mesmo quando afirma que há “um Ser Superior”, uma Inteligência, ou uma espécie de relojoeiro do universo, está sempre a confessar um deus impessoal, vago, genérico… os maçons, mesmo quando não são propriamente ateus, na prática acabam por pouco ou nada se distinguir dos ateus porque, de facto, a maçonaria nega sempre, nos seus pressupostos, no seu pensamento e na sua acção, o Deus que Se revela pessoalmente. O nosso Deus, porém, não só Se revela pessoalmente como encarna, vive a nossa vida, morre e ressuscita para nossa salvação, e isso é inconcebível para a filosofia maçónica.
Por isso, “Um católico, consciente da sua fé e que celebra a Eucaristia não pode ser maçon. E se o for convictamente, não pode celebrar a Eucaristia”, diz a Nota Pastoral de D. José Policarpo publicada em 2005.
Para a maçonaria, o fundamento da verdade não é a Revelação, mas apenas a razão natural. Diz D. Policarpo: “A Maçonaria não é um ateísmo, pois admite um “deus da razão”. Exclui qualquer revelação sobrenatural, fonte de verdades superiores ao homem, porque têm a sua fonte em Deus, não aceitando a objectividade da verdade que a revelação nos comunica, caindo na relatividade da verdade a que cada razão individual pode chegar, fundamentando aí o seu conceito de tolerância. A Igreja também aceita a tolerância, mas em relação às pessoas e não em relação à objectividade da verdade. […] A Maçonaria, sobretudo em algumas das suas “obediências”, lutará sempre contra valores inspiradores da sociedade que tenham a sua origem na dimensão sobrenatural da nossa fé.”
A declaração de 26 de Novembro de 1983 da Congregação para a Doutrina da Fé diz: “Permanece portanto imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçónicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição nelas. Os fiéis que pertencem às associações maçónicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão.”
Uma vez mais, descobrimos que ser cristão não é apenas ter uns valores morais ou apenas aceitar que exista “qualquer coisa”. Os maçons que dizem ser, ao mesmo tempo, cristãos e até católicos estão, portanto, gravemente enganados e a induzir outras pessoas em erro. Como disse alguém da nossa praça: “Ou se é maçon, o que é uma pena, ou se é católico.”

sábado, 7 de janeiro de 2012

“Fora da Igreja não há salvação”

Ao celebrar a Epifania (festa da manifestação de Deus a todos os povos) pode ser oportuno meditar sobre aquela frase (por vezes um pouco polémica) que diz: “fora da Igreja não há salvação”.
Esta é uma verdade da nossa fé que causa dúvidas e dificuldades a muitas pessoas que não a conseguem compreender.
Porém, a Igreja desde o início que tem consciência de ser sacramento universal de salvação e que fora dela não há salvação. “Então só os que pertencem à Igreja é que se salvam?”, perguntam muitas pessoas.
Talvez possamos compreender melhor se tivermos em conta que Cristo é o único Salvador e que fora dEle não há qualquer hipótese de salvação: “Ninguém vai ao Pai senão por Mim” (Jo 14, 6). Na verdade, Cristo é a Cabeça da Igreja e é na Igreja que Cristo Se faz presente. O nº 171 do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica explica que a afirmação “Fora da Igreja não há salvação” significa que “toda a salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que é o seu corpo. Portanto não poderiam ser salvos os que, conhecendo a Igreja como fundada por Cristo e necessária à salvação, nela não entrassem e nela não perseverassem. Ao mesmo tempo, graças a Cristo e à sua Igreja, podem conseguir a salvação eterna todos os que, sem culpa própria, ignoram o Evangelho de Cristo e a sua Igreja mas procuram sinceramente Deus e, sob o influxo da graça, se esforçam por cumprir a sua vontade, conhecida através do que a consciência lhes dita.” (consultar também os nºs 846 a 848 do Catecismo da Igreja Católica).
Muitos não-católicos sofrem de uma ignorância em relação à Revelação e à Igreja causada pela fragilidade dos meios de comunicação, pela ineficiência da evangelização e por barreiras muitas vezes insuperáveis (barreiras intelectuais, psicológicas, culturais, sociais, religiosas…); se realmente não tiverem culpa dessa sua ignorância poderão também ser salvos mas só se procurarem sinceramente Deus e se esforçarem por cumprir a Sua vontade.
Em dia de Epifania, recordamos que a missão da Igreja no nosso tempo consiste em ser uma manifestação autêntica de Cristo, de modo que todos reconheçam no testemunho da Igreja o testemunho perene do Evangelho de Cristo.

(Publicado no Astrolábio)