segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Confessar-se a um padre?

Alguém dizia: “Eu? Ir dizer os meus pecados a um homem como eu? Só se eu fosse burro!”; E um velho pároco respondeu: “De facto, se for dizer os seus pecados a um homem como o Sr., é muito burro, mas se os for dizer a um homem que é padre, aí será bem diferente!”
Muitos são os que têm dificuldade em entender a necessidade da confissão sacramental: “Afinal, se Deus me ouve sempre, basta pedir perdão directamente a Deus, não preciso do padre para nada”, pensam muitas pessoas. No entanto, mesmo que alguns achem que o padre não é preciso para o perdão dos pecados, todos aceitam sem discussão que o padre é preciso para a Eucaristia e que sem padre não há Missa. Porém, se o ministério do padre é indispensável para haver Missa, faz sentido que também o seja para haver o perdão dos pecados! Se precisamos do sacerdote para podermos comungar, é evidente que também precisamos dele para nos serem absolvidos os pecados, porque Aquele instituiu a Eucaristia foi Quem instituiu também o perdão dos pecados. Afinal, os que se confessam “directamente a Deus” quando desejam comungar não vão directamente a Deus!... Quem se confessa “directamente a Deus”, não pede o Pão do Céu “directamente a Deus”...
A atitude de quem pretende ir “directamente a Deus” é desencarnada, vaga, fica a pairar; é subjectiva, porque não tem nenhuma palavra nem gesto concreto que a garanta. Eu não posso salvar-me a mim mesmo nem perdoar-me a mim próprio. Posso dizer “Deus perdoa-me”, mas… como é que eu sei que Ele me perdoa? Que sinal concreto tenho que me dê a certeza desse perdão? O sacramento da confissão é esse sinal concreto, pois os sacramentos são “sinais eficazes da graça”.
Os sacramentos são sinais visíveis de uma realidade invisível, sinais que tornam visível o amor de Deus, sinais eficazes pelos quais Deus Se torna tão próximo de nós e Se entrega tão totalmente que é uma ingratidão sem nome rejeitá-los. Sim, é altamente ofensivo ao amor de Deus dizer “Eu confesso-me directamente a Deus, não preciso do sacramento da confeição para nada”. Era como se, no dia do nosso aniversário, atirássemos com o presente que recebemos à cara no amigo que o ofereceu, dizendo-lhe: “Eu faço anos todos os dias, não preciso de prendas de aniversário para nada!”.
E se o sacerdote for o pior dos pecadores? Tem capacidade de absolver os pecados dos outros, podendo ele ser, eventualmente, muito pior? Ainda bem que sim, porque eu tenho direito a ser perdoado, independentemente de conseguir para isso um padre muito santo ou muito pecador. O perdão de Deus não está dependente da santidade do ministro (embora ela seja desejável!). Sim, o sacerdote pode absolver-me e a absolvição é válida porque não é ele que me perdoa: é Cristo que me perdoa através dele!
Alguém dizia: “Eu? Ir dizer os meus pecados a um homem como eu? Só se eu fosse burro!”; E um velho pároco respondeu: “De facto, se for dizer os seus pecados a um homem como o Sr., é muito burro, mas se os for dizer a um homem que é padre, aí será bem diferente!"*.
Muitos são os que têm dificuldade em entender a necessidade da confissão sacramental: “Afinal, se Deus me ouve sempre, basta pedir perdão directamente a Deus, não preciso do padre para nada”, pensam muitas pessoas. No entanto, mesmo que alguns achem que o padre não é preciso para o perdão dos pecados, todos aceitam sem discussão que o padre é preciso para a Eucaristia e que sem padre não há Missa. Porém, se o ministério do padre é indispensável para haver Missa, faz sentido que também o seja para haver o perdão dos pecados! Se precisamos do sacerdote para podermos comungar, é evidente que também precisamos dele para nos serem absolvidos os pecados, porque Aquele instituiu a Eucaristia foi Quem instituiu também o perdão dos pecados. Afinal, os que se confessam “directamente a Deus” quando desejam comungar não vão directamente a Deus!... Quem se confessa “directamente a Deus”, não pede o Pão do Céu “directamente a Deus”...
A atitude de quem pretende ir “directamente a Deus” é desencarnada, vaga, fica a pairar; é subjectiva, porque não tem nenhuma palavra nem gesto concreto que a garanta. Eu não posso salvar-me a mim mesmo nem perdoar-me a mim próprio. Posso dizer “Deus perdoa-me”, mas… como é que eu sei que Ele me perdoa? Que sinal concreto tenho que me dê a certeza desse perdão? O sacramento da confissão é esse sinal concreto, pois os sacramentos são “sinais eficazes da graça”.
Os sacramentos são sinais visíveis de uma realidade invisível, sinais que tornam visível o amor de Deus, sinais eficazes pelos quais Deus Se torna tão próximo de nós e Se entrega tão totalmente que é uma ingratidão sem nome rejeitá-los. Sim, é altamente ofensivo ao amor de Deus dizer “Eu confesso-me directamente a Deus, não preciso do sacramento da confissão para nada”. Era como se, no dia do nosso aniversário, atirássemos com o presente que recebemos à cara no amigo que o ofereceu, dizendo-lhe: “Eu faço anos todos os dias, não preciso de prendas de aniversário para nada!”.
E se o sacerdote for o pior dos pecadores? Tem capacidade de absolver os pecados dos outros, podendo ele ser, eventualmente, muito pior? Ainda bem que sim, porque eu tenho direito a ser perdoado, independentemente de conseguir para isso um padre muito santo ou muito pecador. O perdão de Deus não está dependente da santidade do ministro (embora ela seja desejável!). Sim, o sacerdote pode absolver-me e a absolvição é válida porque não é ele que me perdoa: é Cristo que me perdoa através dele!

* Em memória do Padre Manuel das Neves Contumélias.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012