sexta-feira, 31 de maio de 2013

Dia Santo (Corpo de Deus)

Ontem, pela primeira vez, não celebrámos o Corpo de Deus no dia próprio. De manhã, ao subir a serra, dos Cavaleiros para Fajão, a estrada, do lado contrário, estava coberta de flores. As pétalas das giestas, amarelas e abundantes, cairam de maduras com a chuva e o vento da noite. Talvez ainda não tivessem passado muitos carros em sentido contrário e, coincidência ou não, a via parecia ter sido enfeitada como se fosse para a procissão do Santíssimo Sacramento. Logo me lembrei: hoje é dia de Corpo de Deus!
Ao chegar à igreja, celebrei a Missa votiva da Santíssima Eucaristia, seguindo a opção de usar as orações da Missa do dia de Corpo de Deus, e até as leituras. Sentia que tinha que o fazer. E, para mim e para as pessoas que lá estavam, foi Dia de Corpo de Deus, tal como o era em toda a Igreja!

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Vale de Ferro

Todos os anos lá íamos, no Domingo de Pentecostes, à tarde. Os naturais de lá foram embora há anos e o lugar ficou deserto e com as casas em ruínas, mas a capela lá está, sobre um morro, coroando a povoação. O lugar foi recentemente repovoado por um casal belga, mas conserva as suas característica de povoação quase deserta. Num extremo da freguesia do Ervedal, já próximo do rio Mondego, à volta só há giestas e não há estrada alcatroada para lá. É um lugar de silêncio e de paz. A capela, no cimo do pequeno outeiro, tem a magestade de um santuário, embora seja pequena e tenha aspecto de velha. O largo da capela, sustentado por uma parede de granito, é bastante rústico, pois a ausência de moradores naturais do lugar proporcionou que não se fizessem lá melhoramentos. Dali está ausente o cimento e o alcatrão: apenas há chão de terra, muro de pedra, rebouco antigo e espinhosas, árvores que, naquela zona, se vêem, com alguma frequência, nos adros. É um despojamento encantador, que nos conserva o passado tal como ele era.
Embora já não haja moradores naturais de lá, naquela tarde, pessoas de toda a Cordinha comparecem em peso! Aquele continua a ser o dia em que, tradicionalmente, ali se celebra a festa de Nossa Senhora das Necessidades, padroeira do lugar. A festa era bela, porque muito simples. Celebrávamos a Missa, e pouco mais. Uns vinham para a Missa, outros nem por isso, mas vinham muitos. Alguns traziam merendas e havia quem chegasse a trazer um acordeão.