Todos os anos lá íamos, no Domingo de Pentecostes, à tarde. Os naturais de lá foram embora há anos e o lugar ficou deserto e com as casas em ruínas, mas a capela lá está, sobre um morro, coroando a povoação. O lugar foi recentemente repovoado por um casal belga, mas conserva as suas característica de povoação quase deserta. Num extremo da freguesia do Ervedal, já próximo do rio Mondego, à volta só há giestas e não há estrada alcatroada para lá. É um lugar de silêncio e de paz. A capela, no cimo do pequeno outeiro, tem a magestade de um santuário, embora seja pequena e tenha aspecto de velha. O largo da capela, sustentado por uma parede de granito, é bastante rústico, pois a ausência de moradores naturais do lugar proporcionou que não se fizessem lá melhoramentos. Dali está ausente o cimento e o alcatrão: apenas há chão de terra, muro de pedra, rebouco antigo e espinhosas, árvores que, naquela zona, se vêem, com alguma frequência, nos adros. É um despojamento encantador, que nos conserva o passado tal como ele era.
Embora já não haja moradores naturais de lá, naquela tarde, pessoas de toda a Cordinha comparecem em peso! Aquele continua a ser o dia em que, tradicionalmente, ali se celebra a festa de Nossa Senhora das Necessidades, padroeira do lugar. A festa era bela, porque muito simples. Celebrávamos a Missa, e pouco mais. Uns vinham para a Missa, outros nem por isso, mas vinham muitos. Alguns traziam merendas e havia quem chegasse a trazer um acordeão.
segunda-feira, 20 de maio de 2013
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