sábado, 7 de julho de 2012

Os sempre escusados refrães do Pai Nosso

Há cânticos e refrães que alguém se lembrou de juntar ao Pai Nosso, na Missa, e que, entretanto, se difundiram abundantemente. Estes refrães são uma adição que vem completamente a despropósito e que atrapalha mais do que ajuda. Vejamos porquê:
 
1. Quando o sacerdote convida “rezemos a oração que o Senhor nos ensinou”, espera-se, logicamente, que comecemos a rezar como o texto do Pai Nosso, que foi o que o Senhor nos ensinou, e não outras palavras como “junto ao mar eu ouvi hoje” ou “todo o mundo é um hino de glória”, etc.
 
2. Ao terminar juntos o Pai Nosso, com as palavras “…mas livrai-nos do mal”, o sacerdote pega nessas palavras para continuar “Livrai-nos de todo o mal, Senhor, e dai ao mundo a paz…”. Inserindo aqui um refrão corta-se esta unidade contínua de oração que vem no missal.
 
3. Quando se insere um cântico ou refrão ao Pai Nosso, pode haver um certo desrespeito pelo sacerdote, pois há a tendência de ser alguém do coro a começar a rezar o Pai Nosso, quando esse papel cabe ao Presidente da Celebração.
 
4. Além de tudo isto, cantar nesse momento cria um espaço morto e alonga extraordinariamente a celebração. Ao inserir estes cânticos, talvez com a intenção de “fazer” uma Missa mais “animada”, contribui-se, pelo contrário, para uma celebração desnecessariamente mais longa e enfadonha, isto é, uma “seca” ainda maior.
 
5. Pior ainda do que a adição destes refrães é substituir o texto do Pai Nosso por paráfrases do Pai Nosso!
 
Concluindo, queremos o Pai Nosso puro e autêntico, aquele que “o Senhor nos ensinou”, sem adições que só distraem e enfadam. Temos direito a uma celebração mais simples e verdadeira. É melhor usar esses cânticos noutras partes da Missa. Por exemplo, o “Pai Nosso galego” é um cântico vocacional que entraria bem à comunhão ou apresentação dos dons, mas nunca no Pai Nosso.

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