Estes
textos quase sempre nos remetem para o fim dos tempos. As catástrofes de que
aqui se fala significam que haverá uma decisiva e poderosa intervenção de Deus
e que acontecerá a vinda do reino de Deus no fim dos tempos, para além da
história humana, isto é, para além deste mundo, inaugurando um mundo novo, já
que este mundo está destinado a desaparecer um dia.
Na
verdade, “o cenário deste mundo é passageiro”.
O
Senhor diz hoje no Evangelho que “o sol
escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do céu”… E a
verdade é que nenhuma dessas coisas é eterna. Tudo neste mundo físico tem um
fim. Tudo tem uma duração limitada e há-de acabar: o sol, a lua, as estrelas, a
Terra,… e até a maldade dos homens! Só a bondade e a justiça é que permanecerão
eternamente. A 1ª leitura é clara quando diz que nesse tempo haverá angústia mas,
para o povo de Deus, vai ser tempo de libertação e salvação: “Será um tempo de angústia, como não terá
havido até então, desde que existem nações. Mas, nesse tempo, virá a salvação
para o teu povo, para aqueles que estiverem inscritos no livro de Deus.” O
Dia do Senhor só pode ser terrível para quem estiver contra o Senhor. Só o pode
ser para os criminosos e os perversos. Se, neste mundo, tudo tem fim, até a
maldade humana (felizmente), as boas obras, pelo contrário, permanecem eternamente,
bem como aqueles que as praticam, como nos garante a leitura ao dizer que “os sábios resplandecerão como a luz do
firmamento e os que tiverem ensinado a muitos o caminho da justiça brilharão
como estrelas por toda a eternidade.” Também Jesus no Evangelho diz que o
Filho do Homem “mandará os Anjos, para
reunir os seus eleitos dos quatro pontos cardeais”.
Portanto,
a mensagem que a 1ª leitura e o Evangelho nos anunciam não é de medo, mas é de
esperança: vão acabar a maldade, a injustiça, a crise, a perseguição, porque já
está a surgir um reino de justiça e de paz, o Reino de Deus.
O
fim dos tempos, mais do que a destruição da terra, significa a vinda do Reino
de Deus o momento histórico da intervenção de Deus em que salvará os que lhe
são fiéis.
Por
isso, agora compreendemos melhor porque é que os primeiros cristãos desejavam
tanto a vinda final de Cristo. Eles clamavam (e nós continuamos a clamar!): Vem,
Senhor Jesus!
As
palavras do Salmo responsorial que cantámos referem-se claramente a Cristo. Mas
nós podemos assumi-las como nossas, e, neste desejo da vinda do reino de Deus,
podemos aplica-las a nós mesmos, rezando: Vós
não abandonareis a minha alma na mansão dos mortos, nem deixareis o vosso fiel
sofrer a corrupção. Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,alegria plena em
vossa presença, delícias eternas à vossa direita.
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