Saudação a Nossa Senhora feita na esplanada do Santuário do Mont’Alto no dia 15 de Agosto de 2011, no final da procissão de velas.
Senhora do Mont’Alto
Senhora do Mont’Alto
Mais um ano passou e aqui estamos mais uma vez aos teus pés.
Porque é que viemos? Por tradição? Não! Queremos estar aqui por fé verdadeira, e não para cumprir tradições vazias. Os fariseus, esses sim, é que são agarrados às suas tradições. Mas nós queremos estar aqui de coração sincero e com fé verdadeira.
Isso é difícil, Mãe. É difícil estar aqui com fé verdadeira e convicta, porque, muitas vezes, temo apenas religião e falta-nos a fé. Temos religião a mais e Fé a menos!
Hoje estamos aqui, Senhora do Mont’Alto, talvez porque temos recordações de infância, sentimentos e afectos que nos impelem irresistivelmente para junto de Ti, para estarmos aos teus pés hoje, aqui, a esta hora. Estamos aqui porque sabemos que és Mãe. E bem sabes como precisamos de uma Mãe!
Viemos aqui, junto de Ti. Precisámos de parar para escutar o que tens para nos dizer esta noite.
Na nossa vida percorremos muitos caminhos diferentes. E buscamos a liberdade. Mas, o que é a liberdade? Será que somos livres? Esses nossos caminhos, que percorremos ao longo do ano, muitas vezes são caminhos vazios. Quer sejamos jovens quer sejamos velhos, vivemos, cada um conforme a sua idade, uma ilusão de “eterna juventude”. Novos ou velhos, vivemos uma “eterna juventude” que não existe!
É a “eterna juventude” de quem não querer ser velho. O medo da velhice, que não é outra coisa senão medo da morte. Porque afinal talvez a vida que vivemos ainda não seja a vida autêntica que Deus quer para nós. Talvez seja uma vida superficial e vazia, por isso, cria-se a ilusão de um permanente rodopiar, para se esquecer que se envelhece.
É a “eterna juventude” dos jovens sem perspectivas. São tantos nas nossas terras! Olha, Senhora do Mont’Alto, para os nossos jovens e abençoa, principalmente, os que vivem sem entusiasmo… incapazes sequer de escolher um futuro… Os jovens a ver a vida passar… Os que escolhem um curso qualquer porque a nota não dá para outra coisa… ou simplesmente porque importa pouco ser este ou aquele. Os jovens que vivem o mito da “eterna juventude” que é apenas presente sem futuro. Mostra-lhes, Mãe, que a vida autêntica é mais do que a passividade de ver a vida a passar!
Os nossos jovens… eles é que nem imaginam aquilo que estão a perder (a perder!) longe do teu Filho!... Se eles soubessem… Eles os jovens, mas também os adultos, os pais deles…
Mãe, nós chegámos aqui porque esquecemos o mais importante. Mas sabemos que esse “mais importante” que esquecemos é algo Tu, Mãe, nos podes dar. E por isso é que viemos aqui. Esse “mais importante” tens-l’O aí ao colo: Jesus Cristo, o único capaz de nos salvar dos falsos mitos da “eterna juventude” e de nos dar a Vida autêntica.
Na ânsia de conquistar a liberdade, quisemos, tantas vezes, libertar-nos de Deus, em Quem vimos um tirano. Mas, afinal, agora descobrimos que não conquistámos liberdade nenhuma com isso: fomos, antes, conquistados por prisões e vícios dos quais agora só dificilmente nos libertaremos.
Mãe, tantas vezes vamos na conversa dos que querem fazer da nossa fé uma peça de museu, dos que querem Deus e tudo o que Lhe diz respeito exposto numa bela vitrina, apreciado como um bela obra de arte arqueológica e perfeitamente inofensiva, sem incomodar ninguém e sem fazer mossa na vida de ninguém. Tantas vezes fizemos da nossa fé uma simples tradição, que cumprimos “porque é tradição”, mas sem nos incomodar e sem fazer mossa na nossa vida. E também isto é superficialidade. Faz-nos viver de forma autêntica, Mãe, faz-nos viver a sério!
Mãe, abençoa os casais, abençoa as famílias. Faz-nos redescobrir a beleza da fidelidade, das coisas que permanecem. Do que vale a pena, do que é autêntico e não superficial. Dantes pensávamos que as coisas que são para toda a vida eram um fardo, uma seca. Achámos que era preciso sermos algo a que chamávamos “moderno”. Agora, Mãe, descobrimos que não temos que ser fiéis nem ao que é modernos nem ao que é antigo, mas apenas ao Eterno. Tudo o resto passa, tudo o resto é fútil e banal… tudo o resto não vale a pena…
Mãe, abençoa as empresas e todos os que nelas trabalham; as autoridades e todos que têm responsabilidades. Para que o nosso mundo não seja lugar de competição feroz. O teu Filho e nosso Irmão Jesus disse que devíamos ser mansos como as pombas e prudentes como as serpentes. Que, com a tua bênção, não sejamos o contrário: que, com a tua bênção, não sejamos venenosos como as serpentes e superficiais como aves; espertos para o que não interessa e distraídos das coisas que nos dariam uma vida autêntica.
Mãe, por mais um ano te pedimos: abençoa-nos a todos, novos e velhos, famílias, escolas, trabalhadores. Abençoa, principalmente, os teus filhos que andam dispersos: chama-os de novo! Alguns estão aqui hoje. Não vêm todos os dias, vêm só hoje… Vêm porque há lá dentro uma torcida que ainda fumega; mas que é preciso voltar a acender com toda a força! Por isso, chama-os de novo. Não só hoje, mas todos os dias.
Abençoa-nos por mais um ano, hoje, nesta esplanada cheia de luzes, cheia de tantos peregrinos que vêm de tantos lugares.
Abençoa-nos, porque és Mãe.
Assim seja.
Porque é que viemos? Por tradição? Não! Queremos estar aqui por fé verdadeira, e não para cumprir tradições vazias. Os fariseus, esses sim, é que são agarrados às suas tradições. Mas nós queremos estar aqui de coração sincero e com fé verdadeira.
Isso é difícil, Mãe. É difícil estar aqui com fé verdadeira e convicta, porque, muitas vezes, temo apenas religião e falta-nos a fé. Temos religião a mais e Fé a menos!
Hoje estamos aqui, Senhora do Mont’Alto, talvez porque temos recordações de infância, sentimentos e afectos que nos impelem irresistivelmente para junto de Ti, para estarmos aos teus pés hoje, aqui, a esta hora. Estamos aqui porque sabemos que és Mãe. E bem sabes como precisamos de uma Mãe!
Viemos aqui, junto de Ti. Precisámos de parar para escutar o que tens para nos dizer esta noite.
Na nossa vida percorremos muitos caminhos diferentes. E buscamos a liberdade. Mas, o que é a liberdade? Será que somos livres? Esses nossos caminhos, que percorremos ao longo do ano, muitas vezes são caminhos vazios. Quer sejamos jovens quer sejamos velhos, vivemos, cada um conforme a sua idade, uma ilusão de “eterna juventude”. Novos ou velhos, vivemos uma “eterna juventude” que não existe!
É a “eterna juventude” de quem não querer ser velho. O medo da velhice, que não é outra coisa senão medo da morte. Porque afinal talvez a vida que vivemos ainda não seja a vida autêntica que Deus quer para nós. Talvez seja uma vida superficial e vazia, por isso, cria-se a ilusão de um permanente rodopiar, para se esquecer que se envelhece.
É a “eterna juventude” dos jovens sem perspectivas. São tantos nas nossas terras! Olha, Senhora do Mont’Alto, para os nossos jovens e abençoa, principalmente, os que vivem sem entusiasmo… incapazes sequer de escolher um futuro… Os jovens a ver a vida passar… Os que escolhem um curso qualquer porque a nota não dá para outra coisa… ou simplesmente porque importa pouco ser este ou aquele. Os jovens que vivem o mito da “eterna juventude” que é apenas presente sem futuro. Mostra-lhes, Mãe, que a vida autêntica é mais do que a passividade de ver a vida a passar!
Os nossos jovens… eles é que nem imaginam aquilo que estão a perder (a perder!) longe do teu Filho!... Se eles soubessem… Eles os jovens, mas também os adultos, os pais deles…
Mãe, nós chegámos aqui porque esquecemos o mais importante. Mas sabemos que esse “mais importante” que esquecemos é algo Tu, Mãe, nos podes dar. E por isso é que viemos aqui. Esse “mais importante” tens-l’O aí ao colo: Jesus Cristo, o único capaz de nos salvar dos falsos mitos da “eterna juventude” e de nos dar a Vida autêntica.
Na ânsia de conquistar a liberdade, quisemos, tantas vezes, libertar-nos de Deus, em Quem vimos um tirano. Mas, afinal, agora descobrimos que não conquistámos liberdade nenhuma com isso: fomos, antes, conquistados por prisões e vícios dos quais agora só dificilmente nos libertaremos.
Mãe, tantas vezes vamos na conversa dos que querem fazer da nossa fé uma peça de museu, dos que querem Deus e tudo o que Lhe diz respeito exposto numa bela vitrina, apreciado como um bela obra de arte arqueológica e perfeitamente inofensiva, sem incomodar ninguém e sem fazer mossa na vida de ninguém. Tantas vezes fizemos da nossa fé uma simples tradição, que cumprimos “porque é tradição”, mas sem nos incomodar e sem fazer mossa na nossa vida. E também isto é superficialidade. Faz-nos viver de forma autêntica, Mãe, faz-nos viver a sério!
Mãe, abençoa os casais, abençoa as famílias. Faz-nos redescobrir a beleza da fidelidade, das coisas que permanecem. Do que vale a pena, do que é autêntico e não superficial. Dantes pensávamos que as coisas que são para toda a vida eram um fardo, uma seca. Achámos que era preciso sermos algo a que chamávamos “moderno”. Agora, Mãe, descobrimos que não temos que ser fiéis nem ao que é modernos nem ao que é antigo, mas apenas ao Eterno. Tudo o resto passa, tudo o resto é fútil e banal… tudo o resto não vale a pena…
Mãe, abençoa as empresas e todos os que nelas trabalham; as autoridades e todos que têm responsabilidades. Para que o nosso mundo não seja lugar de competição feroz. O teu Filho e nosso Irmão Jesus disse que devíamos ser mansos como as pombas e prudentes como as serpentes. Que, com a tua bênção, não sejamos o contrário: que, com a tua bênção, não sejamos venenosos como as serpentes e superficiais como aves; espertos para o que não interessa e distraídos das coisas que nos dariam uma vida autêntica.
Mãe, por mais um ano te pedimos: abençoa-nos a todos, novos e velhos, famílias, escolas, trabalhadores. Abençoa, principalmente, os teus filhos que andam dispersos: chama-os de novo! Alguns estão aqui hoje. Não vêm todos os dias, vêm só hoje… Vêm porque há lá dentro uma torcida que ainda fumega; mas que é preciso voltar a acender com toda a força! Por isso, chama-os de novo. Não só hoje, mas todos os dias.
Abençoa-nos por mais um ano, hoje, nesta esplanada cheia de luzes, cheia de tantos peregrinos que vêm de tantos lugares.
Abençoa-nos, porque és Mãe.
Assim seja.
2 comentários:
Bom dia Padre Orlando
Gostei muito da Saudação á Senhora do Montalto. Nota-se que foi escrita com o coração e por quem viveu a sua juventude (e depois os caminhos do sacerdócio)nestes caminhos de Fé ligados à Igreja de Arganil e ao Santuário do Monte Alto.
Parabéns e um abração
Posso copiar e partilhar este fantástico texto no meu blog?
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