quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Saudação a Nossa Senhora do Mont'Alto

Saudação a Nossa Senhora feita na esplanada do Santuário do Mont’Alto no dia 15 de Agosto de 2011, no final da procissão de velas.

Senhora do Mont’Alto

Mais um ano passou e aqui estamos mais uma vez aos teus pés.
Porque é que viemos? Por tradição? Não! Queremos estar aqui por fé verdadeira, e não para cumprir tradições vazias. Os fariseus, esses sim, é que são agarrados às suas tradições. Mas nós queremos estar aqui de coração sincero e com fé verdadeira.
Isso é difícil, Mãe. É difícil estar aqui com fé verdadeira e convicta, porque, muitas vezes, temo apenas religião e falta-nos a fé. Temos religião a mais e Fé a menos!
Hoje estamos aqui, Senhora do Mont’Alto, talvez porque temos recordações de infância, sentimentos e afectos que nos impelem irresistivelmente para junto de Ti, para estarmos aos teus pés hoje, aqui, a esta hora. Estamos aqui porque sabemos que és Mãe. E bem sabes como precisamos de uma Mãe!
Viemos aqui, junto de Ti. Precisámos de parar para escutar o que tens para nos dizer esta noite.
Na nossa vida percorremos muitos caminhos diferentes. E buscamos a liberdade. Mas, o que é a liberdade? Será que somos livres? Esses nossos caminhos, que percorremos ao longo do ano, muitas vezes são caminhos vazios. Quer sejamos jovens quer sejamos velhos, vivemos, cada um conforme a sua idade, uma ilusão de “eterna juventude”. Novos ou velhos, vivemos uma “eterna juventude” que não existe!
É a “eterna juventude” de quem não querer ser velho. O medo da velhice, que não é outra coisa senão medo da morte. Porque afinal talvez a vida que vivemos ainda não seja a vida autêntica que Deus quer para nós. Talvez seja uma vida superficial e vazia, por isso, cria-se a ilusão de um permanente rodopiar, para se esquecer que se envelhece.
É a “eterna juventude” dos jovens sem perspectivas. São tantos nas nossas terras! Olha, Senhora do Mont’Alto, para os nossos jovens e abençoa, principalmente, os que vivem sem entusiasmo… incapazes sequer de escolher um futuro… Os jovens a ver a vida passar… Os que escolhem um curso qualquer porque a nota não dá para outra coisa… ou simplesmente porque importa pouco ser este ou aquele. Os jovens que vivem o mito da “eterna juventude” que é apenas presente sem futuro. Mostra-lhes, Mãe, que a vida autêntica é mais do que a passividade de ver a vida a passar!
Os nossos jovens… eles é que nem imaginam aquilo que estão a perder (a perder!) longe do teu Filho!... Se eles soubessem… Eles os jovens, mas também os adultos, os pais deles…
Mãe, nós chegámos aqui porque esquecemos o mais importante. Mas sabemos que esse “mais importante” que esquecemos é algo Tu, Mãe, nos podes dar. E por isso é que viemos aqui. Esse “mais importante” tens-l’O aí ao colo: Jesus Cristo, o único capaz de nos salvar dos falsos mitos da “eterna juventude” e de nos dar a Vida autêntica.
Na ânsia de conquistar a liberdade, quisemos, tantas vezes, libertar-nos de Deus, em Quem vimos um tirano. Mas, afinal, agora descobrimos que não conquistámos liberdade nenhuma com isso: fomos, antes, conquistados por prisões e vícios dos quais agora só dificilmente nos libertaremos.
Mãe, tantas vezes vamos na conversa dos que querem fazer da nossa fé uma peça de museu, dos que querem Deus e tudo o que Lhe diz respeito exposto numa bela vitrina, apreciado como um bela obra de arte arqueológica e perfeitamente inofensiva, sem incomodar ninguém e sem fazer mossa na vida de ninguém. Tantas vezes fizemos da nossa fé uma simples tradição, que cumprimos “porque é tradição”, mas sem nos incomodar e sem fazer mossa na nossa vida. E também isto é superficialidade. Faz-nos viver de forma autêntica, Mãe, faz-nos viver a sério!
Mãe, abençoa os casais, abençoa as famílias. Faz-nos redescobrir a beleza da fidelidade, das coisas que permanecem. Do que vale a pena, do que é autêntico e não superficial. Dantes pensávamos que as coisas que são para toda a vida eram um fardo, uma seca. Achámos que era preciso sermos algo a que chamávamos “moderno”. Agora, Mãe, descobrimos que não temos que ser fiéis nem ao que é modernos nem ao que é antigo, mas apenas ao Eterno. Tudo o resto passa, tudo o resto é fútil e banal… tudo o resto não vale a pena…
Mãe, abençoa as empresas e todos os que nelas trabalham; as autoridades e todos que têm responsabilidades. Para que o nosso mundo não seja lugar de competição feroz. O teu Filho e nosso Irmão Jesus disse que devíamos ser mansos como as pombas e prudentes como as serpentes. Que, com a tua bênção, não sejamos o contrário: que, com a tua bênção, não sejamos venenosos como as serpentes e superficiais como aves; espertos para o que não interessa e distraídos das coisas que nos dariam uma vida autêntica.
Mãe, por mais um ano te pedimos: abençoa-nos a todos, novos e velhos, famílias, escolas, trabalhadores. Abençoa, principalmente, os teus filhos que andam dispersos: chama-os de novo! Alguns estão aqui hoje. Não vêm todos os dias, vêm só hoje… Vêm porque há lá dentro uma torcida que ainda fumega; mas que é preciso voltar a acender com toda a força! Por isso, chama-os de novo. Não só hoje, mas todos os dias.
Abençoa-nos por mais um ano, hoje, nesta esplanada cheia de luzes, cheia de tantos peregrinos que vêm de tantos lugares.
Abençoa-nos, porque és Mãe.
Assim seja.

domingo, 14 de agosto de 2011

I want to break free!

Quem já assumiu algumas responsabilidades sabe que a liberdade é uma questão de coragem. Há momentos em que a liberdade autêntica está tão longe de “fazer o que apetece”! Tão longe!
Liberdade é ter CORAGEM para tomar as atitudes certas, mesmo que doa. Quer doa aos outros, quer nos doa a nós. Porque quem tem responsabilidades sabe que tudo na vida tem consequências. De facto, nem toda a gente sabe que cada escolha que faz tem as suas consequências. Até não escolher tem consequências!
Ser livre é ser capaz de tomar decisões que, embora sejam as necessárias, são pouco populares. Quem é livre toma essas decisões mesmo sabendo que alguns o hão-de criticar, às vezes até mentido.
Mas, quando temos essa coragem, quando sabemos as consequências das coisas e somos capazes de evitar o pior, que sensação de liberdade! Liberdade autêntica!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Manual de sobrevivência para totós

Texto apresentado por João Henriques (patrulha 4) no “Dia Fora” do Acaférias 2011

Prefácio

Com o intuito de permitir que uma maior variedade de pessoas, mesmo sem treino prévio, consiga sobreviver nas mais adversas condições terrestres, foi criado este manual. Com uma linguagem de fácil compreensão, este manual vem no seguimento da colecção “Para Totós”, do original em inglês “For Dummies”.

Esperamos somente que não percam o manual no caso de se encontrarem nalguma situação de sobrevivência.


Capítulo I

Sobrevivência na selva

A selva é uma espécie de “Caixa de Pandora” de perigos fatais à sobrevivência de qualquer um, mesmo o mais bem treinado. Quem lá entra raramente sai. Assim, é necessário que este capítulo seja lido com a maior atenção possível e, de preferência, relembrado todas as noites antes de ir dormir.

1. Não pisar a caca dos bichos.

2. Se vir um macaco, comporte-se como ele.

3. Lembre-se que até o mais pequeno animal pode representar um perigo à sua sobrevivência. “As iludências aparudem.”

4. Quando um animal começar a olhar para si e a salivar, não se mexa. Corra somente em último recurso.

5. Mantenha a calma.

6. Não vista fralda nem se arme em Tarzan a saltar de liana em liana e à espera que a Jane lhe vá dar uma beijaça.

7. Faça silêncio e mantenha-se atento.


Capítulo II

Sobrevivência na savana

A grande vantagem de sobreviver na savana em relação a sobreviver na selva é o facto de os grandes predadores, como leões, chitas, ligres, leôncios, leonardos, leopoldos e leopildos, preferirem caçar zebras, impalas, elibúfalos e zebríus.

1. Não pisar a caca dos bichos.

2. Subir às árvores só serve para fugir de leões.

3. Se for mais alto que uma hiena, esta não o atacará.

4. Se aparecer uma chita, morda-lhe na orelha.

5. Se um hipopótamo o estiver a espreitar com o focinhito fofo de fora, não pense que ele quer algum tipo de amizade.

6. Cuidado com os que se escondem entre as ervas. Só o querem atacar.


Capítulo III

Sobrevivência no deserto

O deserto… Quente de dia, frio de noite. Areia, tempestades, animais venenosos e… nada de água. Como se pode sobreviver neste clima?

1. Não pisar a caca dos bichos.

2. Não dispa a camisola. Assim irá prevenir que a água da transpiração se evapore tão facilmente.

3. Evite comer. A água é gasta nos processos de digestão.

4. Os cactos podem parecer feios e ter picos, mas, no seu interior, têm grandes quantidades de água.

5. Cuidado com os escorpiões e cobras venenosas. Podem aparecer em qualquer momento no seu caminho.


Capítulo IV

Sobrevivência na sociedade

Este é, talvez, o ambiente mais agreste e mais propício à concorrência entre indivíduos da mesma espécie. Trata-se de um canibalismo não usual, que não envolve antropofagia mas sim inveja, desentendimentos, agressividade e exclusão de alguns indivíduos.

1. Não pisar a caca dos bichos.

2. Mantenha a calma, não se enerve.

3. Se vir um macaco, não se comporte como ele.

4. Lembre-se: Deus deu-lhe dois ouvidos mas apenas uma boca. Isto diz muito sobre quanto devemos ouvir e quanto devemos falar.

5. Dê-se bem com toda a gente. Nunca se sabe quando pode vir a precisar da ajuda de alguém com quem se dá pior.

6. Não se guie pelas aparências. “As iludências aparudem”.

7. Não vista fralda nem se arme em Tarzan a saltar de liana em liana e à espera que a Jane lhe vá dar uma beijaça.

8. Cuidado com aqueles moços que, quando bebem vinho, deixam uma marca de batom no copo.

9. Não magoes o outro se não queres que o outro te magoe.

10. Cuidado com as cobras e outros animais venenosos. Podem aparecer em qualquer momento no seu caminho.

11. E, por último mas não menos importante, vive! Agarra a Vida!

Jovens deixam-se surpreender no Acaférias 2011

O “Acaférias” é o acampamento de Jovens das paróquias da unidade pastoral “Oliveira Norte”, um total de oito paróquias que engloba toda a zona norte do concelho de Oliveira do Hospital (do Mondego até à Estrada da Beira). O projecto “Acaférias” começou em 2001, por iniciativa do Padre Luís Costa, pelo que esta foi a 11ª edição deste campo de férias. Todos os anos, entre o final de Julho e o início de Agosto, estes Jovens acampam durante onze dias nas matas próximas da praia do Poço da Cruz (Barra de Mira). Este ano foi de 29 de Julho a 8 de Agosto.


Quem participou? Este campo de férias é aberto a todos os Jovens das paróquias que tenham completado o 7º ano de Catequese, pelo que as suas idades variavam entre os treze e os vinte e três anos, embora a média andasse pelos dezasseis ou dezassete. Ainda que os Jovens fossem maioritariamente da paróquia de Seixo da Beira, havia participantes também de Bobadela, Ervedal da Beira, Lagares da Beira, Lageosa, Lagos da Beira e Travanca de Lagos. Com uma equipa de onze animadores jovem (o mais velho, o sacerdote, com vinte e sete anos) e maravilhosa, o Acaférias deste ano teve um total de 57 pessoas acampadas na mata generosamente cedida pelo Sr. João Veríssimo, onde chegaram no transporte providenciado pelo Município de Oliveira do Hospital.


Quais são os objectivos? Tratando-se de uma actividade essencialmente pastoral, os objectivos do Acaférias são sempre a formação humana e cristã dos Jovens. Neste sentido, o tema deste ano foi “Agarra a Vida”: os Jovens, ao começar a sua vida, precisam de a agarrar e viver como vale a pena, com a consciência de que essa vida é dom de Deus e de que só Deus pode dar a Vida verdadeira (daí o “V” maiúsculo de “Vida”).


Que tipo de acampamento? Uma das características mais marcantes do Acaférias é o facto de ser aquilo a que se chama “campismo selvagem”: no meio de uma mata, onde não existe qualquer tipo de infra-estruturas (apenas um furo com a respectiva bomba de água), armamos as tendas, montamos a cozinha e as mesas de refeição, escavamos as latrinas, e preparamos os espaços onde tomamos banho e construímos a “rodinha” (círculo onde nos reunimos).


Que actividades realizaram? Divididos por “patrulhas”, os Jovens jogam os jogos e desempenham todas as tarefas necessárias, tais como ajudar na cozinha, lavar a loiça, manter o campo limpo e arrumado… Entre as diversas actividades, destacam-se a Eucaristia (celebrada nos dois domingos na capela da Barra de Mira, com a comunidade local), a vigília de oração, o “raid” (caminhada com pistas até à praia da Costa Nova), a “caça”, o “paint-balão” (como o “paint-ball”, mas com… balões de água!), o “Dia fora” (contacto com a comunidade local), o “Dia com…” (este ano com o Sr. Fernando, da Cáritas), as tardes de praia com os seus jogos…


E para o ano? O Acaférias é para todos uma experiência única, inesquecível, que nos marca para toda a vida. Uma vez mais, o Acaférias contribuiu de facto para o crescimento espiritual e humano dos Jovens. Estamos motivados e, por isso, todos os animadores respondem aos Jovens ansiosos: “Sim, é para continuar para o ano! Deixem-se surpreender!”