Senhora do Mont’Alto, olha os teus filhos que aqui estão e enchem esta esplanada do teu templo. Hoje estão todos aqui. Eles são de Arganil e não só. Vieram de toda a região e de tantos lugares de Portugal e do estrangeiro. E eu vejo as imagens em que aparecemos nós todos de joelhos debaixo do teu manto e tu de mãos postas a rezar por eles e por mim. Estamos lá todos porque todos somos importantes. Estar aqui, nestas esplanadas da tua casa é como estar debaixo desse teu manto, contigo, de mãos postas, a pedir por nós.
Estão aqui todos. Ouve a prece de todos! Alguns estão desempregados. Muitos e muitas sofrem toda espécie de violência dentro da sua própria casa. Tantas pessoas que estão aqui, nesta noite, e não encontram paz nem debaixo do próprio tecto. E tantos outros que estão separados, com a família desfeita, com filhos num corrupio de casa em casa. Acolhe-nos a todos! Ouve a prece de todos!
Mãe, ensina-nos a dizer contigo: «A minha alma engrandece o Senhor, porque olhou para a humildade da sua serva.» Tu, Mãe, percebeste que só quando o Senhor é engrandecido é que nós também somos engrandecidos. Mas muitas vezes fomos enganados e pensámos que quando Deus é engrandecido nós somos humilhados. Alguém se lembrou de nos dizer que Deus é nosso concorrente. Alguém se lembrou de nos dizer, ao longo de todos estes últimos anos, que Deus é uma coisa de mortos. Alguém se lembrou de nos dizer que Deus é contra a nossa liberdade. E nós (pobres de nós!) acreditámos. Acreditámos que quando Deus é exaltado nós somos tolhidos. Acreditámos que Deus nos impediu de comer um fruto proibido só por capricho. Acreditámos que Deus é contra a nossa liberdade. E, então, criámos as nossas próprias “liberdades” que, afinal, são prisões. Achávamos que a corrupção, as cunhas e os subornos eram uma boa maneira de nos desenrascarmos, mas o único lucro foi a crise. Muitos, principalmente entre os mais jovens, procuraram a liberdade na droga, mas encontraram uma nova prisão. Queríamos liberdade, mas herdámos estilhaços. Estamos partidos, divididos, fragmentados. Ouve a prece de todos. Acolhe-nos a todos!
Hoje lembro quando era criança e via a nossa igreja por três vezes repleta em cada Domingo. Olha, Mãe, quantos saíram e ficaram órfãos sem se aperceberem do mal que faziam a si mesmos. E olha quantos continuam na Igreja mas com uma tal frieza que nem parecem teus filhos nem filhos de Deus. Continuam em casa mas parecem empregados da casa em vez de filhos. Hoje estão cá todos: os que nunca saíram da Igreja e cá estão sempre; e aqueles que saíram mas ainda voltam em ocasiões como esta, atraídos por ti. Vêm atraídos pelo teu suave perfume, porque cheiras a Mãe. E nós estamos órfãos, precisamos de Mãe. Mesmo aqueles que se zangaram com Deus Pai, porque pensavam que Ele era um pai tirano, ainda se lembram de ti como Mãe. Acolhe-nos a todos! Ouve a nossa prece!
Abençoa-nos, Mãe, porque agora, mais do que nunca, estamos a precisar da tua bênção! Dá-nos o teu Filho, que trazes ao colo e que é a Vida verdadeira. Abençoa as nossas empresas, maiores ou mais pequenas, e todos os que trabalham nelas ou que por conta própria lutam pelo pão de cada dia. Abençoa as nossas escolas. Que elas sejam espaço de crescimento para a verdadeira liberdade, e não lugar onde se ensine que Deus é um mito. Que as nossas escolas sejam espaços de abertura de horizontes para os nossos jovens darem o seu melhor e saírem da mediocridade. E é tão grande a tentação de ficar pela mediocridade! Tão grande! Abençoa os políticos que nos governam, para que sejam servidores interessados apenas no bem comum. Abençoa também aqueles que se dedicam à comunidade de forma voluntária, para que sejam sempre generosos e salva-os da estéril vaidade. Abençoa os nossos grupos paroquiais que se dedicam ao anúncio do Evangelho: que sejam anunciadores de Jesus Cristo, e não de si mesmos.
Mãezita, abençoa principalmente as nossas famílias. Dá-nos famílias fortes, que façam crescer homens e mulheres fortes para o futuro. Tu, que tiveste um único amor, dá-nos um coração uno, sem divisões, porque a um Deus único corresponde um amor único. E se o coração for único será forte e terá amor suficiente para todos em casa e também fora de casa. Dá-nos famílias fiéis, onde as pessoas não desistam umas das outras, porque Deus também é fiel e nunca desiste de nós!
Mãezita, há tantos casais onde o peso de uma vida a dois é todo suportado um só! E outros onde ambos deixam cair o jugo comum sem sequer se aperceberem. Mãe, tu que és mestra em questões de amor, ajuda-nos perceber que o amor não é o momento, mas é construído com o tempo. Ajuda-nos a viver o amor como uma chama que precisa de ser alimentada todos os dias para não se apagar.
Mãe, dá-nos pais e mães maduros, que saibam educar os filhos para vida como ela é. Que saibam ser pais em vez de colegas. Que se façam presentes e activos na vida dos filhos em vez de os deixarem entregues à deseducação de si mesmos.
Mãezita, olha a vida tão difícil que as famílias de hoje suportam. As exigências económicas que não deixam os casais ter muitos filhos e que são tantas vezes causa de discussão e desarmonia entre todos em casa.
Mãe, aqui viemos mais um ano, acolher-nos debaixo do teu manto. Ouve a nossa prece! Que o teu suave perfume nos atraia sempre a todos. Que estas velas que seguramos na mão (as velas do nosso baptismo!) se mantenham sempre acesas, como sinal de que somos (e queremos ser!) teus filhos. Mãezita, abençoa-nos por mais um ano. Ámen.
Estão aqui todos. Ouve a prece de todos! Alguns estão desempregados. Muitos e muitas sofrem toda espécie de violência dentro da sua própria casa. Tantas pessoas que estão aqui, nesta noite, e não encontram paz nem debaixo do próprio tecto. E tantos outros que estão separados, com a família desfeita, com filhos num corrupio de casa em casa. Acolhe-nos a todos! Ouve a prece de todos!
Mãe, ensina-nos a dizer contigo: «A minha alma engrandece o Senhor, porque olhou para a humildade da sua serva.» Tu, Mãe, percebeste que só quando o Senhor é engrandecido é que nós também somos engrandecidos. Mas muitas vezes fomos enganados e pensámos que quando Deus é engrandecido nós somos humilhados. Alguém se lembrou de nos dizer que Deus é nosso concorrente. Alguém se lembrou de nos dizer, ao longo de todos estes últimos anos, que Deus é uma coisa de mortos. Alguém se lembrou de nos dizer que Deus é contra a nossa liberdade. E nós (pobres de nós!) acreditámos. Acreditámos que quando Deus é exaltado nós somos tolhidos. Acreditámos que Deus nos impediu de comer um fruto proibido só por capricho. Acreditámos que Deus é contra a nossa liberdade. E, então, criámos as nossas próprias “liberdades” que, afinal, são prisões. Achávamos que a corrupção, as cunhas e os subornos eram uma boa maneira de nos desenrascarmos, mas o único lucro foi a crise. Muitos, principalmente entre os mais jovens, procuraram a liberdade na droga, mas encontraram uma nova prisão. Queríamos liberdade, mas herdámos estilhaços. Estamos partidos, divididos, fragmentados. Ouve a prece de todos. Acolhe-nos a todos!
Hoje lembro quando era criança e via a nossa igreja por três vezes repleta em cada Domingo. Olha, Mãe, quantos saíram e ficaram órfãos sem se aperceberem do mal que faziam a si mesmos. E olha quantos continuam na Igreja mas com uma tal frieza que nem parecem teus filhos nem filhos de Deus. Continuam em casa mas parecem empregados da casa em vez de filhos. Hoje estão cá todos: os que nunca saíram da Igreja e cá estão sempre; e aqueles que saíram mas ainda voltam em ocasiões como esta, atraídos por ti. Vêm atraídos pelo teu suave perfume, porque cheiras a Mãe. E nós estamos órfãos, precisamos de Mãe. Mesmo aqueles que se zangaram com Deus Pai, porque pensavam que Ele era um pai tirano, ainda se lembram de ti como Mãe. Acolhe-nos a todos! Ouve a nossa prece!
Abençoa-nos, Mãe, porque agora, mais do que nunca, estamos a precisar da tua bênção! Dá-nos o teu Filho, que trazes ao colo e que é a Vida verdadeira. Abençoa as nossas empresas, maiores ou mais pequenas, e todos os que trabalham nelas ou que por conta própria lutam pelo pão de cada dia. Abençoa as nossas escolas. Que elas sejam espaço de crescimento para a verdadeira liberdade, e não lugar onde se ensine que Deus é um mito. Que as nossas escolas sejam espaços de abertura de horizontes para os nossos jovens darem o seu melhor e saírem da mediocridade. E é tão grande a tentação de ficar pela mediocridade! Tão grande! Abençoa os políticos que nos governam, para que sejam servidores interessados apenas no bem comum. Abençoa também aqueles que se dedicam à comunidade de forma voluntária, para que sejam sempre generosos e salva-os da estéril vaidade. Abençoa os nossos grupos paroquiais que se dedicam ao anúncio do Evangelho: que sejam anunciadores de Jesus Cristo, e não de si mesmos.
Mãezita, abençoa principalmente as nossas famílias. Dá-nos famílias fortes, que façam crescer homens e mulheres fortes para o futuro. Tu, que tiveste um único amor, dá-nos um coração uno, sem divisões, porque a um Deus único corresponde um amor único. E se o coração for único será forte e terá amor suficiente para todos em casa e também fora de casa. Dá-nos famílias fiéis, onde as pessoas não desistam umas das outras, porque Deus também é fiel e nunca desiste de nós!
Mãezita, há tantos casais onde o peso de uma vida a dois é todo suportado um só! E outros onde ambos deixam cair o jugo comum sem sequer se aperceberem. Mãe, tu que és mestra em questões de amor, ajuda-nos perceber que o amor não é o momento, mas é construído com o tempo. Ajuda-nos a viver o amor como uma chama que precisa de ser alimentada todos os dias para não se apagar.
Mãe, dá-nos pais e mães maduros, que saibam educar os filhos para vida como ela é. Que saibam ser pais em vez de colegas. Que se façam presentes e activos na vida dos filhos em vez de os deixarem entregues à deseducação de si mesmos.
Mãezita, olha a vida tão difícil que as famílias de hoje suportam. As exigências económicas que não deixam os casais ter muitos filhos e que são tantas vezes causa de discussão e desarmonia entre todos em casa.
Mãe, aqui viemos mais um ano, acolher-nos debaixo do teu manto. Ouve a nossa prece! Que o teu suave perfume nos atraia sempre a todos. Que estas velas que seguramos na mão (as velas do nosso baptismo!) se mantenham sempre acesas, como sinal de que somos (e queremos ser!) teus filhos. Mãezita, abençoa-nos por mais um ano. Ámen.
Mont’Alto, 15 de Agosto de 2010
1 comentário:
Então desta vez foste tu o pregador.
E sei que as pessoas gostaram!
Que aproveitem para viver como quiseste dizer a todos.
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