Quem põe a mão ao arado e olha para trás não serve para o Reino de Deus.
Seguir Jesus.
Seguir Jesus é cortar com tudo aquilo que é incompatível com Ele. Quem segue Jesus faz-se a um caminho onde é preciso renunciar a tantas coisas a que estamos apegados e nem sempre nos fazem bem.
Mas quantas vezes, depois de aderirmos a Jesus Cristo, ficamos a olhar para trás, a “chorar as cebolas do Egipto”! Quantas vezes pegamos no arado do seguimento de Jesus olhando com inveja o pecado que outros gozam e que nós sentimos como um caminho que nos está “lamentavelmente” vedado!
Mas ser cristão não é apenas renunciar. Ser cristão é seguir Alguém bom, Alguém que sentimos que é o maior dos bens. Seguir Jesus é ser como aquele coleccionador de pérolas que descobre uma pérola muito melhor do que todas as outras e vende toda a sua colecção para a comprar. Seguir Jesus é descobrir Alguém muito melhor do que todos esses caminhos desviados que abandonámos mas que às vezes ainda invejamos ou olhamos com saudade.
Seguir Jesus não é aderir a umas ideias com base no cristianismo. Não amamos as ideias. As ideias não se amam, estudam-se. As pessoas, sim, a essas é que nós amamos. Seguir Jesus é amar uma pessoa viva, não é seguir ideias. Só esse amor pessoal é que nos pode dar força para renunciar. Seguir Jesus é mudar de vida: o encontro com Ele é um encontro com uma pessoa tão viva que nos faz diferentes a partir daí. Na primeira leitura Eliseu queima o arado, símbolo da profissão que teve até aí, para indicar que vai passar a ter uma nova vida.
Nós, que pegámos neste arado, olhemos em frente e, em vez de chorarmos olhando para trás, para as coisas que deixámos, olhemos em frente para as coisas muito melhores que Jesus Cristo nos dá.
sábado, 26 de junho de 2010
sábado, 12 de junho de 2010
Domingo XI do Tempo Comum ano C
A pecadora que chora aos pés de Jesus e os enxuga com os cabelos em casa do fariseu Simão
A confissão (sacramental) é um acto de humildade. Muitos não são capazes!
Quem não quer reconhecer os seus pecados vai-se justificando com desculpas superficiais. Vai dizendo (aos outros e a si mesmo, enganando-se a si próprio) que não tem pecados, mas apenas erros normais, porque “errar é humano”…
«A tua fé te salvou: vai em paz.» Apesar das desculpas fáceis, o remorso persiste: só o reconhecimento do mal que fizemos e a aceitação do perdão de Deus é que nos trazem a paz.
A mentalidade de Simão fariseu é a mentalidade:
- De quem está convencido que não erra, porque cumpre escrupulosamente todos os seus preceitos religiosos;
- De quem está convencido que consegue comprar a salvação com as suas obras, por mérito próprio;
- E de quem se acha autorizado a julgar outros porque acha saber com toda a certeza se estão salvos ou condenados.
Era também a mentalidade de Paulo, até descobrir Jesus Cristo e chegar à conclusão de que a salvação é dom que Deus nos dá e que nos dá de graça: não é uma conquista nossa, não somos nós que a compramos com os nossos méritos. São Paulo descobre que a salvação não está em cumprir à risca os preceitos da pureza legal, descobre que a Lei não salva: a Lei só aponta um caminho; a Lei é apenas um juiz que me indica que errei aqui e ali, neste e naquele preceito. Mas não me dá o perdão por eu ter falhado neste ou naquele ponto; indica-me que falhei ali, mas não me absolve. O perdão só Jesus Cristo é que mo pode dar. Só Ele é que o dá e dá-o de graça. Dá-o de graça porque eu não o mereço: eu sou um pecador do pior! Um miserável que faz maldades! Mas Ele ama-me mesmo assim, perdoa-me de graça porque me ama. A salvação é grátis porque não é fruto de eu a merecer, mas porque Deus ma dá apenas e só porque me ama.
Então o que é que falta para esse perdão acontecer?
Falta saíres da tua casca.
Falta aceitares esse perdão.
Falta deixares de ser convencido e de te enganares a ti próprio a dizeres que não tens pecados.
Falta não teres vergonha de te ajoelhares à frente de Jesus Cristo sem medo de Lhe chorares aos pés.
E falta deixares de ver os outros pecadores (pecadores como tu! e tu como eles!) com olhos de maldade e de condenação para os começares a olhar com os mesmos olhos com que Jesus os olha.
Só é perdoado quem ama.
Falta começares a amar, porque só ama quem é capaz de pedir perdão. E só consegue perdoar quem já se sentiu necessitado de perdão.
Se amas verdadeiramente a Deus então vais conseguir admitir que fizeste aquilo que é mal. Porque se O amas sentes que Ele te ama. E por isso não vais ter medo de te apresentar manchado diante dEle. Vais apresentar-te diante dEle como és, para pedir perdão, e não para te orgulhares inutilmente dos teus alegados méritos.
E vais começar a olhar os outros de maneira diferente, porque quem sente a alegria do perdão ama e perdoa. Porque reconheces a compaixão de Deus e vais viver também essa compaixão quando olhares os outros.
Jesus, Coração de bondade, perdoa-nos e faz-nos participar da tua compaixão.
Quem não quer reconhecer os seus pecados vai-se justificando com desculpas superficiais. Vai dizendo (aos outros e a si mesmo, enganando-se a si próprio) que não tem pecados, mas apenas erros normais, porque “errar é humano”…
«A tua fé te salvou: vai em paz.» Apesar das desculpas fáceis, o remorso persiste: só o reconhecimento do mal que fizemos e a aceitação do perdão de Deus é que nos trazem a paz.
A mentalidade de Simão fariseu é a mentalidade:
- De quem está convencido que não erra, porque cumpre escrupulosamente todos os seus preceitos religiosos;
- De quem está convencido que consegue comprar a salvação com as suas obras, por mérito próprio;
- E de quem se acha autorizado a julgar outros porque acha saber com toda a certeza se estão salvos ou condenados.
Era também a mentalidade de Paulo, até descobrir Jesus Cristo e chegar à conclusão de que a salvação é dom que Deus nos dá e que nos dá de graça: não é uma conquista nossa, não somos nós que a compramos com os nossos méritos. São Paulo descobre que a salvação não está em cumprir à risca os preceitos da pureza legal, descobre que a Lei não salva: a Lei só aponta um caminho; a Lei é apenas um juiz que me indica que errei aqui e ali, neste e naquele preceito. Mas não me dá o perdão por eu ter falhado neste ou naquele ponto; indica-me que falhei ali, mas não me absolve. O perdão só Jesus Cristo é que mo pode dar. Só Ele é que o dá e dá-o de graça. Dá-o de graça porque eu não o mereço: eu sou um pecador do pior! Um miserável que faz maldades! Mas Ele ama-me mesmo assim, perdoa-me de graça porque me ama. A salvação é grátis porque não é fruto de eu a merecer, mas porque Deus ma dá apenas e só porque me ama.
Então o que é que falta para esse perdão acontecer?
Falta saíres da tua casca.
Falta aceitares esse perdão.
Falta deixares de ser convencido e de te enganares a ti próprio a dizeres que não tens pecados.
Falta não teres vergonha de te ajoelhares à frente de Jesus Cristo sem medo de Lhe chorares aos pés.
E falta deixares de ver os outros pecadores (pecadores como tu! e tu como eles!) com olhos de maldade e de condenação para os começares a olhar com os mesmos olhos com que Jesus os olha.
Só é perdoado quem ama.
Falta começares a amar, porque só ama quem é capaz de pedir perdão. E só consegue perdoar quem já se sentiu necessitado de perdão.
Se amas verdadeiramente a Deus então vais conseguir admitir que fizeste aquilo que é mal. Porque se O amas sentes que Ele te ama. E por isso não vais ter medo de te apresentar manchado diante dEle. Vais apresentar-te diante dEle como és, para pedir perdão, e não para te orgulhares inutilmente dos teus alegados méritos.
E vais começar a olhar os outros de maneira diferente, porque quem sente a alegria do perdão ama e perdoa. Porque reconheces a compaixão de Deus e vais viver também essa compaixão quando olhares os outros.
Jesus, Coração de bondade, perdoa-nos e faz-nos participar da tua compaixão.
Bibliografia: José-Román Flecha, Mesías y Señor, Edibesa.
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