sábado, 30 de abril de 2016

Se já houvesse surf na Nazaré no tempo de D. Fuas Roupinho...

Indecisos se haviam de se impressionar com a onda gigante ou com resto, os surfistas até se passavam!

sábado, 9 de abril de 2016

Deus foi-Se revelando...

    Viver a Páscoa também é revisitar toda a História da Salvação e redescobrir a forma como Deus Se foi revelando a pouco e pouco até ser plenamente revelado em Jesus Cristo, especialmente na Sua Páscoa.
    Deus chamou Abraão («Deixa a tua terra e vai para terra que Eu te indicar»); fez aliança com ele e prometeu dar-lhe descendência numerosa. De facto, é de Abraão que descende todo o povo de Israel, que havia de ser escravizado no Egipto.
    Mas Deus continuou a revelar-Se, mostrando que é o único Deus: enviando Moisés, para libertar esse povo da escravidão do Egipto, Deus revela-Se mais um pouco aos homens, por meio de um acontecimento de salvação, libertação, que faz o povo de Deus descobrir que Aquele que era o Deus dos seus antepassados (a começar por Abraão) é o único Deus e não há outro. Os dez mandamentos tornaram-se o vínculo pelo qual foi reforçada a aliança já feita entre Deus e Abraão e a sua descendência.
    Mas a história da salvação continuou, e Deus também continuou a revelar-Se aos homens: por meio dos profetas, o povo de Israel descobre que o SENHOR, para além de ser o Deus dos seus pais e o único Deus, Aquele que os libertou do Egipto, é também o Criador, Aquele que chamou do nada à existência todas as coisas, Aquele que dispôs harmoniosamente e com sabedoria todos os elementos da natureza.
    Esta descoberta de Deus como Criador não foi, portanto, a primeira descoberta de Israel: o que está na base da fé do povo de Deus é, em primeiro lugar, a experiência de salvação que foi a libertação da escravidão do Egipto; só depois de fazer essa experiência de Deus como salvador é que o povo de Deus chega à conclusão de que o seu Deus é também Aquele que tudo criou. E isto não é de estranhar se pensarmos que criar já é, em si mesmo, um acto de salvação: ao criar, Deus está a salvar do “nada”, a resgatar da inexistência algo que passa a existir. Ser criado é ser libertado do nada, pois antes de sermos criados “não somos”, não existimos.
    Esta descoberta de Deus como Criador acaba por conduzir a outra que é consequência dela: se Deus é Criador, então, também é Redentor. Se Ele é capaz de criar, também é capaz de re-criar. Se Ele chamou do nada todas as coisas, “resgatando-as” da inexistência para que passem a existir, então também é capaz de as restaurar, de as refazer, e até de as recuperar se elas se perderem de todo. Aquilo que parece não ter conserto possível, Deus pode restaurar plenamente.
    E é assim que, nos escritos mais tardios do Antigo Testamento, começa a surgir algo de novo que até ali não era claro: a esperança na ressurreição. Se Deus nos chamou do nada a esta vida, muito mais facilmente nos poderá chamar novamente à vida a partir do pó a que nos reduzimos.
    Finalmente, no Novo Testamento, Jesus Cristo vem confirmar em pleno essa esperança de vida eterna e oferece-la: Ele ressuscitou para não mais morrer: nós ressuscitaremos também!

sexta-feira, 1 de abril de 2016

quarta-feira, 2 de março de 2016

Celebrações da Palavra

Em alguns lugares, a equiparação da Celebração da Palavra à Missa ganhou proporções pateticamente descabidas.

terça-feira, 1 de março de 2016

Um mistério dominicano no concelho de Pampilhosa da Serra

    Há, na nossa unidade pastoral, um mistério relacionado com São Domingos que atravessa o concelho de Pampilhosa da Serra de norte a sul e no qual muito poucas pessoas terão reparado.
    Os penedos de Fajão são o início de uma cordilheira de penedos e cabeços pontiagudos que, de Fajão, prossegue para sul, marcando a fronteira entre as freguesias de Vidual e Cabril, sustentando a barragem de Santa Luzia, passando pelos Brejos até Janeiro de Baixo, onde forma a “garganta do Zêzere”, e continuando por Orvalho, se perde de vista em sucessivos cabeços mais ou menos aguçados. Há, até, quem já me tenha dito que este conjunto rochoso contínuo entra Espanha adentro e vai quase até França!
    Mas os povos que habitam esta correnteza de penedos, de tal forma estão concentrados na sua pequena aldeia, nem sempre se apercebem de que há um elemento comum que os une, para além da geografia. Esse elemento é um santo: São Domingos! São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Pregadores (dominicanos).
    Cavaleiros de Cima é um lugar anexo da paróquia de Fajão que fica junto ao rio Ceira, no sopé dos penedos de Fajão, e o padroeiro da sua capela é São Domingos. Também em Fajão se contam lendas sobre São Domingos relacionadas com os famosos penedos de Fajão. A ligação de Fajão a São Domingos parece tanto mais estranha se tivermos em conta que Fajão, a estar relacionado com alguma ordem religiosa, seria com Santa Cruz de Coimbra, pois foi terra que pertenceu ao mosteiro de Folques. Continuando a seguir a correnteza rochosa, chegamos ao Cabril, cujo padroeiro da igreja paroquial é, exactamente, São Domingos! Aliás, o povo do Cabril chama «Serra de São Domingos» à crista de rocha viva por cima daquela sede de freguesia. Passando a barragem, chegamos à paróquia de Janeiro de Baixo. E adivinhem quem é o padroeiro da igreja paroquial de Janeiro de Baixo… Nem mais nem menos do que São Domingos de Gusmão!
    Pelo menos três invocações de São Domingos tão perto umas das outras e todas na mesma sequência de serra. Espantoso, não é?
    Mas quem estiver impressionado espere, porque ainda há mais!
    Sabem qual é o padroeiro o Souto do Brejo, um lugar da paróquia de Janeiro de Baixo, perto da barragem de Santa Luzia e também inserido na encosta desta serra tão dominicana? Não, não é São Domingos… Mas é São Jacinto, um santo dominicano!
    E ainda há mais. O Machialinho é um lugar que já fica bastante afastado destes misteriosos penedos, mas ainda pertence à paróquia de Janeiro de Baixo*. O seu padroeiro é São Vicente Ferrer, um outro santo dominicano.
    Perante tantas coincidências, até me pergunto se não haveria mais santos dominicanos por aqui, pois, no meio de tantos ilustres vultos da Ordem dos Pregadores, estou a achar a falta de um dos maiores: São Tomás de Aquino. Com tantas igrejas e capelas dedicadas a São Domingos e, até, a São Jacinto e São Vicente Ferrer, parece que fica o cenário incompleto sem o Doctor Angelicus.
    A muitas pessoas parece estranho, já em si mesmo, que se invoque São Domingos na serra: «Como é que o São Domingos veio aqui parar?», perguntam, surpreendidas, algumas pessoas que descobrem algum destes oragos. Mas torna-se ainda mais estranho que sejam tantos, tão seguidos e tão relacionados entre si.
    Em qualquer dos casos, estamos a falar de invocações muito antigas, e perdeu-se da memória colectiva a razão que levou a que fossem escolhidos todos estes padroeiros dominicanos. Nunca encontrei no concelho de Pampilhosa da Serra qualquer vestígio de presença de ordens religiosas. Enquanto a linha do rio Alva é tão rica em mosteiros, parece não haver qualquer vestígio de presença permanente de vida consagrada em todo o concelho da Pampilhosa.
    Que vos parece deste mistério?
    Por minha parte, só encontro uma explicação: os frades dominicanos, há muitos séculos, andaram muito por aqui; talvez até tenham sido eles que evangelizaram ou, pelo menos, re-evangelizaram esta zona.
    Espero por algum leitor que possa ter uma reposta para este mistério.
    Quem sabe se será encontrada alguma prova documental da hipótese que levanto de uma remota missionação dominicana?
    Quem sabe se a Ordem dos Pregadores nos poderá dizer alguma coisa sobre isto?
    E quem sabe, até, se isto não poderia ser um bom pretexto para os dominicanos voltarem às nossas terras como missionários?


* Complementando a curiosidade geográfica, há que dizer que o Machialinho, embora não esteja exactamente inserido na correnteza rochosa que se inicia em Fajão, está, contudo, na encosta de uma outra montanha de cristas rochosas que parece começar num enorme afloramento que coroa, qual castelo, um cabeço próximo das Meãs, que continua, qual muralha, até Unhais-o-Velho, sobe até à Portela de Unhais, continua pela crista daquele monte que passa na Selada da Porta, por cima do Machialinho, vindo, depois, a atravessar o Zêzere para seguir para o concelho do Fundão. É possível que esta outra corrente de penedos seja paralela em relação à de Fajão, ou até mesmo uma ramificação dela.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Oitavário pela unidade dos cristãos: como, porquê e para quê?

Todos os anos, de 18 a 25 de Janeiro, celebramos oito dias de oração pela unidade dos cristãos. O que é isso? E para quê?

No princípio, a Igreja estava unida… Em 1050, depois de uma série de discussões e num contexto histórico polémico, deu-se a grande separação entre a Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas, que subsiste até hoje. No séc. XVI, o monge alemão Martinho Lutero deu início à reforma protestante. Depois, sobretudo entre os protestantes, continuaram as sub-divisões…

Estas duas grandes rupturas mantêm os cristãos escandalosamente divididos. Uma cristandade assim dividida entristece profundamente o nosso Mestre e prejudica a eficácia do nosso testemunho e da evangelização.

Será que a unidade é possível? Sim, há sinais de esperança: por um lado, ao longo dos séculos, muitas Igrejas Ortodoxas voltaram à comunhão com o Santo Padre (são as chamadas Igrejas “uniatas”); por outro lado, muitos protestantes, individualmente, começam a perceber, na Bíblia e na história da Igreja, os sinais que apontam para a originalidade e autenticidade da Igreja Católica, muitos deles desiludidos com o cada vez maior relativismo das suas comunidades protestantes.

De 18 a 25 de Janeiro, de um modo especial, rezemos pelos nossos irmãos separados, os protestantes e ortodoxos, para que, redescobrindo a beleza e a verdade da única Igreja de Cristo, regressem à casa paterna e, assim, volte a haver um só rebanho e um só Pastor.