S. Paulo não diz qual era a tentação que constantemente o atormentava, mas deixa claro que era muito difícil lutar contra ela: «foi-me deixado um espinho na carne, um anjo de satanás que me esbofeteia», ouvimos na 2ª leitura. A tentação não é pecado; o que é pecado é cair na tentação. Nem sequer sabemos se S. Paulo caiu nessa tentação que o atormentava como «um espinho na carne», mas o certo é que ela era para o Apóstolo um tormento difícil, por um lado, e constante, por outro; ou talvez fosse difícil exactamente por ser constante. Uma luta fatigante, sem tréguas, a ponto de S. Paulo «por três vezes» ter rogado ao Senhor que afastasse de si esse anjo de satanás.
Todos desejaríamos uma vida tranquila, sem ter que enfrentar a luta tão dura contra as tentações. Mas isso seria uma espiritualidade falsa. Toda a vida dos grandes santos foi uma luta diária contra as mais duras tentações. São Paulo teve visões, mas «para que a grandeza das revelações não me ensoberbeça, foi-me deixado um espinho na carne, […] para que não me orgulhe». Assim, se Deus permite que sejamos tentados (fortemente, embora nunca acima das nossas forças) é para não nos orgulharmos, achando que somos os melhores ou que já somos perfeitos e nada mais temos a crescer.
Também para aprendermos a confiar em Deus e a saber que sem Ele nada podemos fazer: «basta-te a minha graça», respondeu o Senhor a S. Paulo. Parece impossível vencer o pecado, mas com a graça (e só como ela) é possível.
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