Pampilhosa da Serra, 13 de Abril de 2014
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Esta é a maior das notícias. Esta é a Boa Nova digna desse nome.
O amor de
Deus é salvação. E foi Ele que nos amou primeiro! É nisto que está o amor: não fomos nós que
amámos a Deus, mas foi Ele mesmo que nos amou e enviou o seu Filho como vítima
de expiação pelos nossos pecados (1º João 4, 10). E, por isso, também o
mesmo Filho de Deus nos diz: Não fostes
vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi a vós e vos destinei a ir e a
dar fruto, e fruto que permaneça (João 15, 16-17).
Desde
sempre, o Verbo de Deus existe. Foi pelo Seu Verbo que Deus disse “Faça-se”, e
tudo foi feito. Desde sempre que Ele é Deus com o Pai na unidade do Espírito. E
as delícias do Verbo consistem em estar
com os filhos dos homens (Pr 8, 31). Tanto que Se fez um deles. Ele veio e
habitou entre nós.
Ele tinha
que vir, porque nós precisávamos de ser reconciliados com Deus… e uns com os
outros. Ele é a nossa paz (Ef 2, 14),
por isso, Ele tinha que vir. Ele tinha que vir, porque nós não nos podemos
salvar a nós mesmos. Quem teria o atrevimento de se julgar capaz de se salvar a
si mesmo? Ele tinha que vir porque todos
nós, como ovelhas, andávamos errantes, cada qual seguia o seu caminho (Is
53, 6).
Esperávamos
ansiosamente que Ele viesse. E Ele veio! O Filho de Deus veio ao mundo…
(entra o andor com a imagem do Senhor dos Passos)
Ele veio…
Veio mas ninguém O conheceu! Aliás, Ele estava irreconhecível! O Seu rosto
estava desfigurado! (Cf. Is 52, 14) Esmagado pelo sofrimento, Cristo carrega a
Cruz. A nossa cruz, a cruz dos nossos pecados.
Ficamos,
talvez, confusos…Esperávamos que Ele viesse, mas não esperávamos que fosse…
assim!…
Tal como
ninguém O reconheceu na pobreza do presépio em que nasceu, também agora
dificilmente O reconheceríamos na crueldade da Cruz que leva às costas, ferido
e humilhado. Tão desfigurado estava o Seu
rosto que tinha perdido toda a aparência de um ser humano (Is 52, 14)
Esperávamos
a vinda de Deus glorioso, mas… Deus ferido e humilhado?! Que escândalo!!! Que
loucura!...
Mas aquilo que há de louco no mundo
é que Deus escolheu para confundir os sábios; e o que há de fraco no mundo é
que Deus escolheu para confundir o que é forte. Porque o que é tido como
loucura de Deus, é mais sábio que os homens, e o que é tido como fraqueza de
Deus, é mais forte que os homens. Por isso, enquanto os judeus pedem sinais e
os pagãos andam em busca da sabedoria, nós pregamos um Messias crucificado,
escândalo para os judeus e loucura para os pagãos. Mas, para os que são
chamados, tanto judeus como não judeus, Cristo é poder e
sabedoria de Deus. (Cf. 1ª Cor 1).
Nunca
ninguém tinha visto nada assim. Na verdade, diante
dEle, os reis ficarão calados, porque hão-de ver o que nunca lhes tinham
contado e observar o que nunca tinham ouvido. (Is 52, 15)
Nós não O
conhecemos. Nós víamos nEle um homem
castigado, ferido por Deus e humilhado. Mas é que Ele foi trespassado por causa
das nossas culpas e esmagado por causa das nossas iniquidades. Caiu sobre Ele o
castigo que nos salva: pelas suas chagas fomos curados. (Is 53, 4-5)
Todos nós, como ovelhas, andávamos errantes, cada qual seguia o seu caminho. E o Senhor fez cair sobre Ele as faltas de todos nós. Maltratado, humilhou-Se voluntariamente e não abriu a boca. Como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda ante aqueles que a tosquiam, Ele não abriu a boca. (Is 53, 6-7)
Todos nós, como ovelhas, andávamos errantes, cada qual seguia o seu caminho. E o Senhor fez cair sobre Ele as faltas de todos nós. Maltratado, humilhou-Se voluntariamente e não abriu a boca. Como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda ante aqueles que a tosquiam, Ele não abriu a boca. (Is 53, 6-7)
Ó Cristo,
Vós viestes, e nós não Vos conhecemos!
Ele estava no mundo e por Ele o mundo veio à
existência, mas o mundo não O reconheceu. Veio para o que era Seu, e os Seus
não O receberam. Mas, a quantos O receberam, aos que nEle crêem, deu-lhes o
poder de se tornarem filhos de Deus (Jo 1, 10-12).
Sim,
tornámos filhos no Filho, tornámos filhos por causa do Vosso Sangue, ó Cristo! Sangue de Cristo, chuva de perdão! […]
Sangue, seiva do Céu sempre a jorrar. Sangue que lava a terra lés a lés como
jamais a lavaria o mar. […] seja em cada agonia a grande esperança e mate a
sede a quem de sede morre (Moreira das Neves).
(pausa)
Porque, se
Ele oferecer a Sua vida como sacrifício
de expiação, terá uma descendência duradoira, viverá longos dias, e a obra do
Senhor prosperará nas Suas mãos. Terminados os sofrimentos, verá a luz e ficará
saciado na Sua sabedoria (Is 53, 10-11).
Mas, por
agora enfrentais, ó Cristo, o duro combate da Vossa Paixão. Os discípulos
dispersaram-se e fugiram. Abandonado por todos, agora estais sozinho…
Estará
Cristo totalmente só? Sim, porque é Ele que tem que enfrentar o combate; mas
na Via Sacra de Jesus também aparece
Maria, Sua Mãe (J. Ratzinger). E a Sua Mãe Santíssima veio ao Seu encontro…
(entra o andor com a imagem de Nossa Senhora)
Senhora, enquanto
todos fugiram, Vós estais aqui, diante do Vosso Filho, lacrimosa mas firme,
confiante. Estais aqui porque as mães são assim. Mas, acima de tudo, estais
aqui porque sois a Mulher da Fé, e, por isso, sois Mulher de coragem!
Há trinta e
tal anos atrás, ali bem perto, no templo, ouvistes a profecia da boca do velho
Simeão: Este Menino está aqui para queda
e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; e uma
espada trespassará a tua alma (Lc 2, 34-35).
E agora tudo isto se torna realidade; mas
Vós conservastes sempre, no vosso Imaculado Coração, o que o Anjo Vos disse quando tudo começou: «Não temas, Maria» (Lc 1,
30). Por isso, agora os discípulos fugiram, mas vós estais aí, com a coragem de
mãe, com a fidelidade de mãe, com a bondade de mãe, e com a vossa Fé, que
resiste na escuridão (Cf. J. Ratzinger):
«Feliz daquela que acreditou» (Lc 1, 45).
Nós
fugiríamos, porque a nossa Fé, muitas vezes, é morna, tíbia, insípida, e nem
sempre a sabemos levar a sério, principalmente quando chega a hora da Cruz!...
Senhora, quantas vezes a nossa fé é de ocasião apenas! Ou apenas do momento de
aflição! Ou fica para trás de tantas coisas que achamos mais importantes e
colocamos em primeiro lugar, como se não houvesse amanhã, como se não houvesse
eternidade!...
Vós,
Senhora, talvez mesmo sem compreender totalmente o que está a acontecer, sabeis
que é o plano de Deus a realizar-se de forma incompreensível e surpreendente.
Vós tendes Fé apesar de tudo, porque sabeis que o pensamento de Deus está acima
do nosso e que o Seu plano é misterioso e se realiza por caminhos que nós, às
vezes, não compreendemos. E, por isso, acreditais e confiais mesmo contra toda
a esperança. Podeis até nem saber como são os planos de Deus, mas confiais.
Por estranho
que tudo isto pareça e por doloroso que isto seja, Vós sabeis que o plano
salvador de Deus passa por aqui, mesmo que não o compreendamos por agora. Por
estranho que isto pareça e por doloroso que isto seja, Vós sabeis que, no
fundo, este sofrimento e morte hão-de trazer consigo a Vida. Sofreis com
paciência o sofrimento do Vosso Filho porque sabeis que ele há-de dar fruto de
Vida e não de morte, mesmo que agora ainda não consigamos ver como.
Senhora, Vós
sofrestes mas não desesperastes, porque o vosso sofrimento estava unido ao do vosso
Filho; era o mesmo sofrimento, um sofrimento que é doloroso mas não é trágico,
porque acaba em ressurreição. Senhora, ensinai-nos a unir também os nossos
sofrimentos ao único sacrifício de Cristo. Porque assim o nosso sofrimento já
não é desespero, porque termina em caminhos de Vida verdadeira. Senhora,
ensinai-me unir os meus sofrimentos ao único sacrifício de Cristo, porque assim
eu completo na minha carne o que falta à
Paixão de Cristo em favor do Seu Corpo, que é a Igreja (Cl 1, 24), e assim
já não é um sofrimento estéril.
É a Paixão
de Cristo que nos conforta!
Toda nossa glória está na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por Ele fomos salvos e livres (Cf. Gl 6, 14). Ele tinha que vir, porque nós precisávamos se ser reconciliados com Deus e uns com os outros.
Toda nossa glória está na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por Ele fomos salvos e livres (Cf. Gl 6, 14). Ele tinha que vir, porque nós precisávamos se ser reconciliados com Deus e uns com os outros.
Juntamente
com Nossa Senhora, rezemos juntos:
Alma de Cristo, santificai-me.
Corpo de Cristo, salvai-me.
Sangue de Cristo, inebriai-me.
Água do lado de Cristo, lavai-me.
Paixão de Cristo, confortai-me.
Ó bom Jesus, ouvi-me.
Dentro das Vossas Chagas, escondei-me.
Não permitais que de Vós me separe.
Do espírito maligno, defendei-me.
Na hora da minha morte, chamai-me.
E mandai-me ir para Vós,
para que Vos louve com os Vossos Santos,
por todos os séculos. Ámen.
Corpo de Cristo, salvai-me.
Sangue de Cristo, inebriai-me.
Água do lado de Cristo, lavai-me.
Paixão de Cristo, confortai-me.
Ó bom Jesus, ouvi-me.
Dentro das Vossas Chagas, escondei-me.
Não permitais que de Vós me separe.
Do espírito maligno, defendei-me.
Na hora da minha morte, chamai-me.
E mandai-me ir para Vós,
para que Vos louve com os Vossos Santos,
por todos os séculos. Ámen.